Se existem “super civilizações” alienígenas escondidas em nossa galáxia, elas provavelmente usam megaestruturas massivas, como uma “Esfera de Dyson”, para colher energia de uma estrela.
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Conforme um estudo relatado pela primeira vez na revista New Scientist, entre as milhões de estrelas da Via Láctea, apenas 60 exibiram um excesso de calor infravermelho – característica de bloqueio da luz de uma estrela.
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Isso é uma prova irrefutável da existência de Esferas de Dyson? Não, é apenas uma possibilidade. Basicamente, é como uma lista de estrelas a serem estudadas mais a fundo e uma tentativa de procurar por sinais de vida no cosmos.
O que é uma Esfera de Dyson?
Concebido como um conceito pelo físico Freeman Dyson em 1960, uma Esfera de Dyson é uma ideia especulativa de como seria a usina de energia de uma civilização avançada. É essencialmente uma estrutura que envolve completamente uma estrela para colher toda ou a maior parte de sua energia.
Muitos acreditam que procurar por esses tipos de estruturas – chamadas de tecnossignaturas – pode ser uma boa maneira de identificar civilizações alienígenas a grandes distâncias, principalmente analisando a luz das estrelas em busca de anomalias. A busca baseia-se no conceito de que uma estrela com uma Esfera de Dyson ao seu redor emitirá mais luz infravermelha do que seu brilho sugere.
‘Projeto Hephaistos’
A revelação de que Esferas de Dyson podem existir na Via Láctea vem por meio de dois artigos publicados no Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
Um deles é do Projeto Hephaistos, feito na Universidade de Upsala, na Suécia, e “busca por inteligência extraterrestre usando assinaturas indiretas de astroengenharia”, usando dados do Gaia – um satélite que mede distâncias para e entre estrelas usando paralaxe.
Os astrônomos produziram uma lista de sete estrelas anãs vermelhas (de uma amostra de cinco milhões de estrelas) que emitem até 60 vezes mais calor infravermelho do que o esperado. Podem ser Esferas de Dyson – ou discos de poeira e detritos ao redor das estrelas, comuns entre estrelas jovens.
Outro artigo separado publicado em março por pesquisadores da Escola Internacional de Estudos Avançados em Trieste, Itália, buscou 4.898.812 estrelas de referência nos dados do Gaia e identificou 53 estrelas candidatas que exibem um excesso de radiação infravermelha – a maioria delas estrelas mais velhas que provavelmente não têm discos protoplanetários de poeira e detritos ao redor delas.
O que isso significa?
É altamente especulativo, mas se uma Esfera de Dyson existisse ao redor de qualquer uma dessas estrelas, então poderia ser considerada evidência de uma civilização Tipo 2 ou “estelar”.
Em 1964, Nikola Kardashev, um astrônomo soviético, definiu três tipos de civilizações espaciais:
- Tipo 1, ou civilização “planetária”: aproveita todas as principais formas de energia disponíveis de um planeta e de sua estrela-mãe (energia solar). Nossa própria civilização ainda não chegou a esse ponto – um artigo publicado em 2021 prevê que atingiremos o status de Tipo 1 em 2347, enquanto cientistas da NASA pensam que será em 2371.
- Tipo 2, ou civilização “estelar”: aproveita e armazena toda a energia de suas estrelas-mãe usando algo como uma Esfera de Dyson.
- Tipo 3, ou civilização “galáctica”: acessa e controla grande parte da energia que uma galáxia inteira gera.
Este é um trabalho inicial na busca por inteligência extraterrestre, que essencialmente tenta refinar como os astrônomos poderiam começar a buscar tecnossignaturas em uma galáxia de bilhões de estrelas – começando com os dados públicos já coletados pelo satélite Gaia.