Nesta segunda-feira (10), durante a conferência anual de desenvolvedores de 2024 (WWDC), a Apple anunciou oficialmente seu modelo de inteligência artificial, o Apple Intelligence — que era esperado com cautela por analistas por conta do atraso.
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“A reticência inicial da Apple em relação à IA era totalmente relacionada à marca. A empresa sempre foi obcecada com o que suas ofertas faziam para seus clientes, e não como faziam. Mas o silêncio sobre a IA se tornou ensurdecedor”, disse o analista da Forrester, Dipanjan Chatterjee, à Reuters.
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Outro ponto de atenção para o mercado era se a empresa traria novidades que justificassem essa demora. “A IA pode ser um mundo novo e corajoso, mas o Google e a Microsoft já definiram as convenções e capacidades de um sistema operacional focado em IA. A Apple perdeu a chance de ser uma líder”, escreveu Ewan Spence, especialista em tecnologia móvel da Forbes EUA.
No entanto, a empresa não atingiu as expectativas do público e do setor. As ações da empresa fecharam em queda de 1,9% na noite de segunda-feira (10).
Entre as ferramentas de IA lançadas estão: geradores de imagens, integração da Siri com o ChatGPT, editores inteligentes para textos e fotos, sumarização de mensagens e e-mails, pesquisa e solicitações a partir de comandos de voz e texto, respostas automáticas e outras funções já conhecidas pelo público.
A única novidade do modelo, visto que os itens descritos já foram explorados por concorrentes como Gemini, do Google, e CoPilot, da Microsoft, é o uso de processadores locais, ou seja, análise e operação de dados no próprio dispositivo, o que inclui uma camada extra de segurança.
Porém, para que isso seja possível, apenas iPhones alimentados com os chips A17 Pro ou A18 receberão as atualizações, o que significa que usuários de aparelhos inferiores ao iPhone 15 Pro ficarão de fora.
“IA pessoal”
A aposta da Apple para se diferenciar dos concorrentes é a personalização. Tim Cook chamou a “Apple Intelligence” de “inteligência pessoal”, devido à capacidade de integrar informações do usuário às respostas e capacidades da IA. Em uma das demonstrações, a Siri, que agora será mais responsiva a comandos de voz e texto, utiliza informações de uma mensagem no banco de dados do iPhone para marcar um compromisso na agenda do usuário.