
A Intel realizou, pelo terceiro ano consecutivo no Rio de Janeiro, o Intel Extreme Masters, campeonato do jogo Counter Strike
Imagine um jogo onde cada diálogo, missão e mundo são criados unicamente para você, resultando em experiências tão personalizadas que se tornam impossíveis de replicar para outro gamer. Essa é uma das promessas e, em alguns casos, realidade do que a inteligência artificial já pode fazer pelo mundo dos games.
Para mostrar essas possibilidades ao público gamer, a Intel investe, por exemplo, em eventos como o Intel Extreme Masters, campeonato do jogo Counter Strike que, no último fim de semana, foi realizado pelo terceiro ano consecutivo no Rio de Janeiro.
Bruno Shigemura, Marketing Manager na Intel, e especialista em tecnologias emergentes, entre elas IA generativa, explica que o evento tem um papel importante para que a marca apresente o benefício de novas tecnologias para os jogadores. E na agenda deste ano está, sem dúvida, a IA foi o destaque.
Durante o evento, a Intel apresentou uma nova família de processadores que amplia as capacidades de IA dos PCs para plataformas desktop e dará início aos primeiros PCs de desktop para entusiastas com IA. “Esse lançamento destaca, por exemplo , que um jogador pode manter sua mesma experiência, seja em um voo, ou em um lugar sem conexão dedicada, apenas no PC e sem depender de uma cloud para seguir jogando. Essa é uma das diversas possibilidades que a IA generativa já nos possibilita”, destaca Bruno.
As possibilidades da IA generativa nos games
Ainda de acordo com Shigemura, são muitos os impactos que a IA já causou nos games. “Começando pela acessibilidade, por exemplo, uma IA hoje, permite ler o movimento facial de um gamer e abre uma série de possibilidades para muitas pessoas que não podem jogar com as mãos. Existe um outro recurso que é a riqueza da história, ou seja, hoje, na maioria dos casos um cenário acaba sendo apresentado de forma aleatória, com a IA generativa você tem a chance de ter uma experiência única como jogador.”
Produção de conteúdo e narrativas infinitas entram no pacote de possibilidades da IA generativa. “Para quem produz conteúdo gamer, o que é muito importante para o cenário como um todo, você passa a ter várias possibilidades de geração de imagens, o que aumenta o potencial criativo. E, por fim, a narrativa, essa sim, uma das principais transformações dos games, você passa a ter narrativas hiper personalizadas e de acordo com cada jogador”, destaca Shigemura.
Personalização ao extremo
Fabiana Raulino, Doutoranda em Tecnologias da Inteligência e Design Digital pela PUC-SP, especializou-se em inteligência artificial e games. Segundo ela, toda a indústria e a academia estão sendo afetadas pela possibilidade de co-autoria da IA generativa em todo ecossistema dos games.
“Estamos falando da personalização extrema em todas as partes, o que diminui custos, recursos de tempo, imprevisibilidade e exclusão. Uma das possibilidades mais empolgantes é a criação de jogos completamente moldados pela IA, em que os jogadores não apenas interagem com personagens pré-programados, mas com mundos inteiros que são gerados em tempo real, de acordo com suas decisões, preferências e até humor”, destaca.
Comportamento e IA
“Outro avanço promissor é a aplicação da IA generativa em mecânicas de feedback emocional, onde o jogo ajusta sua dificuldade, narrativa ou estética com base nas emoções detectadas ou preferências dinâmicas dos jogadores. Além disso, a IA pode tornar possível que jogos sejam criados por jogadores não-programadores, por meio de ferramentas que convertem ideias e esboços diretamente em mundos jogáveis, transformando os gamers em co-criadores de seus próprios universos digitais”, destaca Fabiana.