Após 39 dias suspensa, o X, de Elon Musk, recebeu o aval para voltar a operar no Brasil na tarde desta terça-feira (8). Segundo o Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Alexandre de Moraes autorizou o retorno das atividades da rede social alegando que a empresa de Elon Musk cumpriu as mesmas exigências que culminaram em seu bloqueio.
Neste período, apesar do crescimento e popularização de outras plataformas alternativas, entre elas o Bluesky e o Threads, a ausência do X afetou diretamente a dinâmica de muitas pessoas. No Brasil, o X chegou a ter 9,3 milhões de usuários ativos mensais.
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De acordo com um levantamento da empresa de pesquisa Hibou, feito com 1,6 mil entrevistados usuários do X de 10 a 15 de setembro, a ausência foi sentida em várias funcionalidades. Dos brasileiros que seguiam seus times de futebol preferidos no X, apenas 36% buscaram um novo canal para novidades imediatas, muitos se mantiveram em outras redes mas afirmam que perderam o “pulso” do seu time do coração.
Já entre pequenos empreendedores que construíram no X sua rede de vendas, 71% ainda não aderiram a novas redes sociais e focaram suas vendas no WhatsApp (canal usado para fazer a transação). Por fim, 68% dos brasileiros que acompanhavam algum programa reality pelo X, reduziram suas interações mesmo acompanhando o programa em outras redes sociais.
“Nessa pesquisa percebemos que o X tem uma grande oportunidade de voltar a dar voz a todos que desejam falar e não apenas aquele olhar raivoso que muitas vezes tomou conta da rede. O brasileiro gosta da troca imediata, da notícia em tempo real”, explica Ligia Mello, CSO da Hibou.
Ainda de acordo com a executiva, a plataforma segue relevante, sobretudo para negócios. “Quando olhamos que existiam sim muitas redes de vendas de pequenos que se formaram no X, onde a promoção imediata ou as últimas unidades desse micro empreendedor estão disponíveis, é a chance de trazer de volta uma ferramenta importante, inclusive de validação do produto ou serviço, que junto com o WhatsApp alavancam muitas vendas pelo Brasil.”
“O momento de retomada também é um período de reflexão, as marcas que já anunciavam ou vão anunciar podem cobrar mais da ferramenta transparência e parceria, para que fake news ou discursos de ódio não tomem o espaço que tinham anteriormente”, conclui Ligia.