O Spotify lançou, nesta quarta-feira, 4, sua conhecida retrospectiva do ano. Esse recurso da plataforma de áudio já tornou-se um evento e lidera nas conversas e repercussões nas redes sociais. A razão de existir da Wrapped é a inteligência artificial, somente a velocidade e escala de ferramentas de IA que permitem a seleção e curadoria dos conteúdos de pessoas ao redor do globo. Atualmente, o Spotify possui mais de 600 milhões de usuários.
Nesta edição, foram apresentados novos recursos conectados, principalmente, com lançamentos recentes. Pelo primeiro ano, a plataforma permite a criação de um podcast totalmente automatizado, com base em IA, criado com o NotebookLM, do Google.
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Para além da repercussão em si, a retrospectiva é estratégica para a plataforma, na medida em que ajuda a combinar, entender e mapear de forma mais precisa o comportamento dos usuários. De acordo com a empresa, a “retrospectiva é uma forma de agradecer aos usuários, neste décimo aniversário, estamos refletindo sobre como artistas e criadores moldaram a vida de milhares de fãs”.
“O Spotify, através da sua retrospectiva anual, está redefinindo o uso de inteligência artificial para compreender o comportamento humano. Mais do que uma simples compilação musical, essa iniciativa é um case de como dados podem ser transformados em narrativas personalizadas que ampliam o engajamento e a fidelização de usuários”, explica Camilo Barros, especialista em tendências do Institute for Tomorrow, que atuou por anos com IA orientada ao marketing.
Segundo Camilo, “a empresa sueca utiliza modelos avançados de inteligência artificial generativa para interpretar padrões de consumo musical em níveis granulares. Esses modelos traduzem bilhões de interações em insights capazes de identificar microtendências e preferências emergentes, entregando ao usuário uma experiência hiper personalizada.”
Fabiana Baraldi, Chief Growth Officer da Jellyfish, reforça que a ferramenta vai alem do que uma simples lista de músicas e artistas favoritos, “ela é uma verdadeira radiografia do comportamento dos usuários. Ano após ano, percebo como a plataforma amadurece no uso da tecnologia para digerir essas informações e transformá-las em algo realmente significativo.”
“Além de revelar hábitos de consumo, como gêneros e podcasts mais escutados, a retrospectiva captura padrões que refletem momentos de vida, estados emocionais e até interesses culturais. Isso permite ao Spotify mapear tendências que vão muito além do streaming. Horários de consumo, playlists para atividades específicas como estudar ou treinar, e mudanças sazonais nos gostos ajudam a entender o contexto do usuário de forma profunda.”, destaca a executiva.