O rápido aumento na demanda da China por ração animal, que teve início no ano passado, é um dos principais motivos pelos quais os contratos futuros do milho negociados em Chicago figuram em máximas de vários anos, embora um pouco mais de continuidade nas exportações dos Estados Unidos pudesse ajudar a confirmar esse enredo.
A China não despontava como grande compradora de milho há anos, mas os preços domésticos do cereal começaram a subir no início de 2020, desencadeando compras atipicamente grandes de milho dos EUA. Até 22 de abril, o país asiático havia adquirido 23,2 milhões de toneladas de milho norte-americano para entrega na temporada 2020/21, que termina em 31 de agosto.
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As vendas perderam força nas últimas semanas, e o foco passou a se concentrar nas exportações — cujo ritmo aumentou, mas talvez em grau menor do que o esperado. Dados semanais de exportação sugerem que os EUA embarcaram cerca de 1,75 milhão de toneladas de milho para a China em março, um volume mensal recorde.
Em abril, os embarques para a China estão ainda melhores, com cerca de 1,8 milhão de toneladas enviadas até 22 de abril. Mas os volumes semanais ainda precisam aumentar.
O balanço remanescente de compras pela China requer um ritmo médio de embarques de cerca de 670 mil toneladas por semana entre este momento e 31 de agosto. Dados de inspeções sugeriram o total da semana passada em cerca de 633 mil toneladas, cerca de uma carga a mais do que nas três semanas anteriores — e um passo na direção certa.
Os futuros do milho em Chicago têm registrado um avanço histórico desde o ano passado, e grande parte dessa força tem como base a importação de uma grande quantidade de milho dos EUA pela China no atual ano comercial, e possivelmente ainda mais no próximo. Mas o mercado sem dúvida enfrentará ventos contrários se o país asiático não exercer o recebimento de todas as suas compras.
Os volumes semanais de exportação relativamente menores já fazem com que alguns operadores se questionem sobre a possibilidade de a China “rolar” os pedidos para o próximo ano comercial ou potencialmente cancelar alguns deles. Qualquer um desses resultados reduziria as expectativas para os embarques de milho no ano corrente e levantaria dúvidas sobre a demanda futura da China.
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O mercado da soja já sentiu os efeitos das questões de confiança com a demanda chinesa. Os contratos futuros da soja subiram nos últimos meses, mas apuraram ganhos menores que os do milho. Isso foi parcialmente atribuído às preocupações com a peste suína na China, fator que poderia reduzir as necessidades de soja no país asiático, e ocorre mesmo diante de um quadro de oferta apertada nos EUA, que pode persistir em 2022. (Com Reuters)
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