Custos de importação de alimentos devem subir no mundo neste ano, para nível recorde, colocando pressão sobre muitos dos países mais pobres, cujas economias já foram fortemente atingidas pela pandemia de Covid-19, disse a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) hoje (10).
Esses altos custos podem persistir por um período prolongado, uma vez que praticamente todas matérias-primas agrícolas se tornaram mais caras, enquanto um rali nos mercados de petróleo também podem aumentar custos de produção dos agricultores, disse a FAO.
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“O problema não é que o mundo vai enfrentar os preços mais altos”, disse o vice-diretor da divisão de mercados e comércio da FAO, à “Reuters”. “A questão é que há países vulneráveis.”
Os custos de importação de alimentos no mundo, incluindo custos de embarque, devem atingir US$ 1,715 trilhão neste ano, alta de 12% frente aos US$ 1,53 trilhão em 2020, disse hoje (10) a FAO em relatório bienal de perspectivas para o setor.
Embora o crescimento do comércio agrícola durante a pandemia tenha mostrado a resiliência dos mercados internacionais, os preços em alta desde o final de 2020 estão aumentando riscos para alguns países dependentes de importação, acrescentou o órgão.
As nações classificadas pela FAO como Países de Baixa Renda com Déficit Alimentar têm previsão de ver os custos de importação de alimentos subirem 20% este ano, com as economias dependentes do turismo em uma posição particularmente precária, disse a agência.
Organizações de ajuda internacional já alertaram sobre o aumento do número de pessoas desnutridas no mundo, à medida que a pandemia agravou a insegurança alimentar associada a conflitos e à pobreza em países como o Iêmen e a Nigéria.
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O índice mensal de preços de alimentos da FAO atingiu uma máxima de 10 anos em maio, refletindo aumentos acentuados de cereais, óleos vegetais e açúcar.
Um índice separado de custos de importação de alimentos, incluindo custos de frete que também dispararam, atingiu um recorde em março deste ano, ultrapassando os níveis vistos durante aumentos de preços de alimentos anteriores em 2006-2008 e 2010-2012, disse a FAO.
As pressões inflacionárias levaram países como Argentina e Rússia a impor restrições às exportações. (Com Reuters)
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