Passar a infância dentro de uma fábrica de chocolates foi um sonho realizado por Manoel, 44, e Patricia Landmann, 42. Os irmãos são os herdeiros da Chocolat Du Jour, marca criada pela matriarca da família, Cláudia, durante os anos de 1980. “Crescemos ali, sempre de olho no que estava sendo feito”, diz o primogênito. Mais de três décadas depois, a empresa se tornou referência no mercado brasileiro do doce. Só na última edição do “The Academy of Chocolate Awards”, prêmio mundial da categoria, foram três barras premiadas: a de chocolate branco com pistache, a de chocolate brûllée com macadâmia e flor de sal e a de chocolate 70% com nibs de cacau.
Na época da fundação, o objetivo da fábrica era trazer a qualidade dos chocolates europeus para dentro do Brasil. Manoel conta que a mãe não se conformava em não encontrar por aqui um produto no mesmo patamar dos produzidos no exterior. “Logo ela percebeu que não bastava inspiração, precisava ter transpiração”, conta o filho. Para alcançar o nível que queria, Cláudia Landmann se especializou como chocolate maker na Bélgica. Pouco tempo depois, ela já era reconhecida pelo público mais exigente de São Paulo.
Paixão hereditária
O sucesso da marca e o amor pelo chocolate fizeram com que os filhos da fundadora trocassem seus empregos – ele de bancário e ela de publicitária – para tocar o negócio da família a partir de meados dos anos 2000. Desde então já são sete endereços espalhados pela capital paulista e mais um que deve ser inaugurado no próximo mês. O novo espaço será localizado em frente da fábrica, no Alto da lapa, permitindo que os consumidores participem da criação dos doces.
Os irmãos também foram responsáveis por trazer uma nova visão em relação ao cuidado com a cadeia produtiva da marca. Em 2017, eles adquiriram a Fazenda Santa Luzía, uma propriedade no sul da Bahia onde passaram a cultivar cacau. Por lá, além de produzir sua matéria-prima, eles também mantêm iniciativas ligadas à preservação ambiental e ao desenvolvimento social da região. “Queríamos fazer da Chocolat Du Jour uma indutora de mudanças”, diz Manoel.
Um dos exemplos é um projeto que deve sair do papel nos próximos meses – a criação de uma biblioteca para os filhos dos agricultores que trabalham na fazenda. Já a outra ação faz parte da comemoração de aniversário da marca: é a campanha “Uma barra que muda o futuro”. Seu objetivo é reverter parte do lucro do chocolate bean to bar (da semente à barra) para reflorestar as áreas de mananciais na Mata Atlântica. A perspectiva é que mais de 5.000 mudas sejam plantadas por ano. “Escolhemos essa área das nascentes porque sem água não tem plantio, não tem cacau e não tem chocolate”, explica.
Outra novidade comemorativa é a parceria com a chef Saiko Izawa, eleita Best Pastry Chef do “The 50 Best Latin America”. Ela é a confeiteira por trás dos sabores da nova linha de trufas da Chocolat Du Jour inspirada em chás, a “Coleção Truffes du Jour Chás”. Entre os sabores nada convencionais estão jasmin, earl grey, chai e o “chimarrão”, feito à base de erva mate.
Por fim, quando os espaços começaram a reabrir para receber os consumidores, Manoel atribui ao chocolate um outro significado: a felicidade. A palavra foi escolhida por ele para se referir ao afeto – quase um abraço – fornecido pelo doce. “O melhor chocolate é aquele de que você gosta. Coma sem culpa.”
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