A produtora de carne vegetal Fazenda Futuro anunciou hoje (3) que recebeu um investimento equivalente a cerca de R$ 300 milhões, recursos que usará para expandir sua atuação para o maior mercado do mundo, os Estados Unidos, que movimenta US$ 5 bilhões a US$ 6 bilhões por ano no setor.
Com a rodada série C, o valor da empresa chegou a R$ 2,2 bilhões, afirmou o fundador e presidente da companhia, Marcos Leta, à Reuters. Na captação anterior, ocorrida há cerca de um ano, a empresa havia levantado R$ 110 milhões, com uma avaliação R$ 715 milhões, disse o executivo.
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“Nos Estados Unidos entramos há cerca de um mês. Estamos em período pré-operacional, fechando contratos com distribuidores e varejistas para começarmos a vender ano que vem”, afirmou Leta.
A Fazenda Futuro, que nos EUA vai trabalhar com a marca “Future Farm” ante rivais como a Beyond Foods e Impossible Foods, foi criada em 2019 e chegou à Europa no fim de 2020 em mercados que incluem França, Itália, Holanda e Alemanha.
Na Inglaterra, a empresa distribui seus produtos na rede Sainsbury’s, segunda maior varejista do país. A empresa, que afirma vender produtos à base de soja, ervilha e beterraba não transgênicos, também chegou ao Canadá, por meio das lojas da varejista Whole Foods, controlada pela Amazon.
Segundo Leta, os produtos substitutos de carne não atendem apenas consumidores veganos ou vegetarianos. Muitos que comem carne de origem animal frequentemente têm interesse em reduzir este consumo, tendência que motivou grandes frigoríficos como JBS, Marfrig e BRF a lançarem produtos rivais no Brasil.
A última rodada de captação da Fazenda Futuro envolveu os investidores anteriores – Monashees, Go4it Capital, BTG, Turim MFO e Enfini Ventures – e incluiu XP e o fundo europeu especializado em “foodtechs” Rage Capital, afirmou a companhia.
Toda a produção da empresa vem de uma fábrica no Estado do Rio de Janeiro, com capacidade atual de 600 a 700 toneladas por mês. Com novos investimentos, a companhia poderá expandi-la para 1.200 a 1.300 toneladas mensais, disse Leta.
“Essa capacidade suporta nosso crescimento nos próximos dois anos, mas os Estados Unidos acelerando provavelmente vamos precisar de mais uma fábrica para garantir nossa produção”, disse o executivo, acrescentando que “por enquanto a ideia” é que a nova fábrica seja construída no Brasil.
Questionado sobre a Ásia, Leta afirmou que a Fazenda Futuro já está em discussões com distribuidor na China, “mas nosso foco principal nos próximos anos vai ser EUA, Europa e Brasil”. (Com Reuters)