A produção de soja do Brasil em 2021/2022 deve alcançar um recorde de 144,7 milhões de toneladas, estimou hoje (5) a consultoria Safras & Mercado, que elevou em 2,5 milhões de toneladas seu número ante a previsão anterior, com a expectativa de um plantio maior que o esperado em meio a preços favoráveis.
A produção daria um salto de 5,4% na comparação com a temporada anterior, quando o país colheu 137,3 milhões de toneladas. Já a área plantada deverá crescer agora 4%, para um recorde de 40,5 milhões de hectares.
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Segundo o analista da consultoria Luiz Fernando Roque, foram feitos ajustes positivos em áreas esperadas para Estados das regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste, com destaque para aumentos nos três maiores produtores do país (Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul).
“Além destes três Estados, houve também ajustes importantes nos Estados de Minas Gerais e Mato Grosso do Sul”, destacou Roque, à Reuters.
Ele disse que os “altos preços praticados no mercado interno de soja, tanto para o restante da safra disponível quanto para as entregas da safra nova (principalmente), voltaram a estimular a migração de áreas de outras culturas para a oleaginosa”.
O analista citou ainda a recente queda nos preços do boi gordo, que também parece incentivar uma maior migração de áreas de pastagens para a cultura da soja, agregando também a abertura de novas áreas.
OUTRAS PREVISÕES
A consultoria Safras & Mercados não é a única que prevê uma safra recorde de soja: uma pesquisa realizada pela Reuters, com base em informações de 11 analistas, aponta que o Brasil caminha para colher um recorde de 143,94 milhões de toneladas da oleaginosa na safra 2021/22.
Se confirmado, o volume ainda representará uma alta de 4,82% ante as 137,32 milhões de toneladas da estimativa da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) para o ciclo de 2020/21.
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A área plantada no maior produtor e exportador global da oleaginosa também pode alcançar uma máxima histórica, estimada em 40,34 milhões de hectares e 3,65% acima do ano anterior.
Segundo a analista da consultoria AgRural Daniele Siqueira, as lavouras de soja vão muito bem, de um modo geral.
“Há casos pontuais de replantio em pontos do Centro-Oeste, onde as chuvas têm sido mais irregulares, e no extremo oeste do Paraná devido a granizo. No oeste e no norte do Paraná, também há queixas de falha de germinação por excesso de chuva”, disse ela.
“Mas, em todos os casos, são problemas pontuais, localizados. Nada que afete a safra do Brasil como um todo até aqui”, ressaltou.
Neste cenário, ela acredita que haverá mais soja em janeiro de 2022, a não ser que chova em excesso em Mato Grosso durante o início da colheita. (Com Reuters)