Chuvas abaixo da média em novembro ao Sul do Brasil e previsões de um início de dezembro seco nessa região geram preocupações entre produtores de soja e milho sobre a produtividade da safra 2021/22, apontou hoje (6) a AgRural.
Segundo a consultoria, “os problemas causados às lavouras de soja da safra 2021/22 pela redução da umidade e pelas temperaturas altas ainda são pontuais”.
LEIA TAMBÉM: Ação global inédita une empresas do agro brasileiro em projeto de descarbonização
“Mas a previsão de pouca chuva para a primeira quinzena de dezembro acende o sinal de alerta para os produtores que têm soja recém-plantada, cuja germinação pode ser impactada pela estiagem, e para aqueles que já possuem talhões em fase reprodutiva, quando a demanda por umidade cresce”, destacou a empresa de análises.
Esta semana deverá ser marcada por escassez de precipitações na maior parte da região Sul, incluindo áreas do Centro-Oeste como Mato Grosso do Sul, e parte do Sudeste (São Paulo), segundo dados do terminal Eikon, na Refinitiv.
Na próxima semana, há previsão de chuvas para o Paraná, mas o Rio Grande do Sul continuará com um padrão mais seco, segundo a meteorologia
Paraná e Rio Grande do Sul estão entre os três maiores produtores de soja do Brasil, juntamente com o Mato Grosso.
Os dados da AgRural mostram que 94% da área estimada para a safra 2021/22 estava plantada até a última quinta-feira (2), avanço de quatro pontos ante a semana anterior, versus 90% no mesmo período do ano passado.
“Devido ao tempo mais seco, apenas o Rio Grande do Sul e Santa Catarina têm ritmo inferior à média”, disse a consultoria.
“No resto do país, por outro lado, a safra vai muito bem até o momento, e a expectativa é de que a colheita já comece por volta do Natal em áreas mais adiantadas de Mato Grosso”.
Para o milho, apesar de algumas pancadas de chuva registradas no Rio Grande do Sul, a distribuição foi irregular e os volumes, pequenos, destacou a consultoria.
O Rio Grande do Sul é o principal produtor de milho verão do Brasil.
“Essas precipitações amenizaram a situação do milho verão apenas momentaneamente, e a previsão de continuidade do tempo quente e seco é ameaça de mais perdas para as lavouras gaúchas”, disse.
Além disso, áreas de milho em pendoamento em Santa Catarina e no Paraná também podem ter prejuízos caso a previsão de tempo quente e seco se confirme, comentou a consultoria.
No restante do centro-sul do Brasil, que tem calendário mais tardio, o milho se desenvolve sob boas condições climáticas.
Até quinta-feira (2), 94% da área estimada para o milho verão 2021/22 estava semeada, ante 96% no mesmo período do ano passado. (Com Reuters)