O processamento de cacau no Brasil, quinto maior consumidor de chocolate do mundo, recuperou-se do impacto da pandemia, e a indústria projeta um aumento de até 5% em 2022 à medida que o país, um dos mais atingidos pela Covid-19, reabre.
De acordo com dados da associação de processadores de cacau AIPC, com base em informações de empresas associadas, incluindo as multinacionais Cargill, Olam e Barry Callebaut, a moagem total em 2021 atingiu 224.168 toneladas, 4,4% a mais que 2020, apesar da demanda ter sido afetada por bloqueios para controlar a propagação do coronavírus.
O número de 2021 também foi 2% superior ao volume processado em 2019, antes da pandemia, o que mostra que o setor superou o pior.
Anna Paula Losi, diretora executiva da AIPC, disse que a indústria espera um crescimento de 4% a 5% no processamento de cacau à medida que a economia melhora.
Apesar de um pequeno auxílio financeiro do governo para pessoas que ficaram desempregadas durante a pandemia, o Brasil não teve o grande estímulo econômico visto em economias mais ricas, disse Losi. Então a reabertura de restaurantes, escolas e escritórios tem potencial para aumentar a renda à medida que mais pessoas recuperarem empregos.
“À medida que a economia melhora, o consumo de chocolate tende a aumentar”, disse ela.
Cargill, Olam e Barry Callebaut são os principais processadores do país com capacidade para moer 275.000 toneladas por ano.
As empresas compram quase toda a produção local e importam uma parcela menor de países africanos, principalmente. Os processadores receberam 197.654 toneladas de cacau de agricultores brasileiros em 2021, disse a AIPC, 13% a mais que em 2020. As importações chegaram a quase 60.000 toneladas no ano passado, 6% a mais que em 2020.
Losi disse que há espaço para maior produção no Brasil, já que as lavouras de cacau são vistas como uma forma de restaurar florestas em áreas degradadas.