Pela primeira vez, cientistas conseguiram fazer crescer sementes em solo lunar, em amostras trazidas pela Nasa em missões em 1969 e 1972, um feito que antecipa a promessa de usar plantas terrestres para sustentar postos humanos em outros planetas.
Os pesquisadores afirmaram hoje (13) que plantaram sementes de uma erva daninha chamada “Arabidopsis thaliana” em 12 pequenos recipientes do tamanho de um dedal, cada um com uma grama de solo lunar, mais propriamente chamado de regolito lunar, e assistiram enquanto elas brotavam e cresciam. Regolito lunar, com suas partículas afiadas e falta de material orgânico, é muito diferente do solo terrestre, então não se sabia se as sementes germinariam.
“Quando vimos pela primeira vez aquela abundância de brotos verdes em todas as amostras, ficamos sem ar”, disse a professora de ciências hortícolas, Anna-Lisa Paul, diretora do Centro Interdisciplinar para Pesquisa Biotecnológica da Universidade da Flórida e co-líder do estudo publicado na revista Communications Biology.
“As plantas podem crescer em regolito lunar. Essa simples declaração é enorme e abre a porta para futuras explorações usando recursos existentes na lua e provavelmente em Marte”, disse Paul.
Todas as sementes germinaram e não houve diferenças externas nos primeiros estágios de crescimento entre as plantadas no regolito –composto principalmente de rochas de basalto trituradas– e sementes plantadas por razões comparativas em cinzas vulcânicas da Terra com composições e tamanho de partícula semelhantes.
Plantas terrestres podem ajudar as pessoas a estabelecerem postos em locais como a lua e Marte, como mostrado no filme “Perdido em Marte” de 2015, quando um astronauta cultiva batatas no Planeta Vermelho. O programa Artemis, da Nasa, prevê pessoas retornando à superfície da lua nos próximos anos.