A capacidade total de processamento de oleaginosas no Brasil, principalmente soja, cresceu 4,1% em 2022 na comparação com 2020, registrando o maior aumento desde a pesquisa bienal divulgada em 2016 (+5,5%), de acordo com dados da Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais).
Embalados por investimentos de R$ 2,5 bilhões entre 2020 e 2022 e com o setor tendo se preparado para um aumento da mistura de biodiesel — fabricado majoritariamente a partir de óleo de soja no país — no diesel, a capacidade instalada foi expandida para 66,7 milhões de toneladas ao ano.
O crescimento da capacidade ainda superou a média de 2,5% vista a cada biênio na última década no Brasil, segundo a pesquisa da Abiove, que tem entre os associados as maiores companhias de esmagamento e trading de soja, como ADM, Amaggi, Bunge, Cargill, Cofco e Louis Dreyfus, entre outras.
Além disso, a associação citou um aumento de 88% para 88,7% do total das plantas com capacidade ativa no biênio.
Em 2022, o processamento de soja está estimado pela Abiove em 48,6 milhões de toneladas, um recorde anual, com um aumento de quase 1 milhão de toneladas na comparação com 2021, com impulso da firme demanda de farelo de soja e óleo, especialmente na exportação, que compensou uma redução na mistura de biodiesel pelo governo para o nível de 10% neste ano.
O setor tinha expectativa de que a mistura passasse para 14% de biodiesel no diesel em 2022, e se preparou para isso, mediante um cronograma que não foi cumprido após o governo alegar questões relacionadas a custos e qualidade para reduzir o percentual neste ano.
Apesar da frustração com o programa de biodiesel, a Abiove informou que há programados mais 1 bilhão de reais em expansão e construção de novas unidades no próximo ano.
A Abiove disse que a pesquisa apontou ainda um incremento na capacidade das unidades de grande porte (acima de quatro mil toneladas por dia), saltando de 5,5 milhões de toneladas/ano em 2020 para 8,7 milhões em 2022.
O levantamento indicou também aumento da capacidade ativa de processamento em todas as regiões do país, “com suas participações se mantendo relativamente constantes”.
No âmbito estadual, destaca-se a capacidade de plantas ativas no Mato Grosso, que saiu de 11,1 milhões de toneladas/ano em 2020 para 11,7 milhões em 2022.
No segmento de refino, a capacidade instalada no Brasil cresceu 3,2%, somando 8 milhões de toneladas/ano. Já a atividade de envase cresceu 5,4%.