A brasileira Raízen, maior produtora de açúcar do mundo, aumentou as vendas diretas do produto para 50% após o término de sua joint venture com a comerciante de commodities asiática Wilmar International .
De acordo com vice-presidente de Estratégia e Sustentabilidade da Raízen, Paula Kovarsky, a empresa conseguiu desenvolver rapidamente sua equipe de comercialização de açúcar para chegar diretamente a clientes em todo o mundo, pois busca vender até 90% do adoçante que produz sem intermediários até 2030.
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Raízen e Wilmar formaram a joint venture RAW em 2016 para rivalizar com a maior comerciante de açúcar do mundo, a Alvean, que na época também era uma JV entre a brasileira Copersucar e a Cargill.
Fontes comerciais disseram à Reuters em 2020 que Raízen e Wilmar haviam encerrado a joint venture, embora ambas as empresas nunca tenham confirmado isso.
“Tínhamos a parceria com a Wilmar, que foi encerrada, e aprendemos com isso, montamos nossa mesa de operações, uma equipe para gerenciar precificação e hedge e passamos para o próximo passo que foi chegar ao cliente final”, disse Kovarsky em uma entrevista na noite de ontem (13) em Nova York.
No ano passado, a Copersucar chegou a um acordo para comprar a participação da Cargill na Alvean para se tornar a única proprietária da trading, que movimenta cerca de 12 milhões de toneladas de açúcar por ano.
A Raízen está produzindo quase 5 milhões de toneladas de açúcar por ano ao consolidar a aquisição das usinas da Biosev. A empresa administra 35 fábricas no Brasil.
Kovarsky não confirmou informações de que a empresa estaria em negociações para comprar a BP Bunge Bioenergia, companhia de açúcar e etanol de propriedade da BP e Bunge.
Ela disse, no entanto, que a empresa “está sempre de olho em boas oportunidades”.