Sou presidente do IMAC (Instituto Mato-grossense da Carne) e nele desenvolvemos ações em Mato Grosso. Como apoio à regularização ambiental, intensificação da pecuária, melhora do balanço de carbono da carne, rastreabilidade. São ações em que a gente está trabalhando a sustentabilidade do Estado, a conscientização.
Acho que a questão do pequeno produtor chegou forte nos negócios agrícolas, tanto na agricultura quanto na pecuária. É a nova fronteira aí de preocupação do ESG, da COP27. Então, tem de ter um olhar. Sim, é complexo, e a gente, no IMAC, também está olhando. Hoje (18), aqui na COP, apresentamos o Passaporte Verde.
LEIA MAIS: COP27: Amazônia é o drive do agro para salvar o clima do planeta
A gente quer dar um passaporte para carne de Mato Grosso, para que ela consiga acessar os mercados do mundo, mostrando a sustentabilidade que está inserida nessa carne. Que é uma carne que garante a conservação da biodiversidade por lei. Que tem um sistema de rastreabilidade nos abates. Toda a carne que é exportada passa por um sistema de rastreabilidade; e 80% dos abates de Mato Grosso já são verificados. A gente tem que mostrar isso para o mundo e o Passaporte Verde vai mostrar isso.
Além disso, a gente estimula uma pecuária de Baixo Carbono, intensificando as passagens degradadas, reduzindo a idade do abate, porque ao reduzir a idade de abate você tem uma carne mais jovem, um boi mais jovem e uma carne mais macia. Então, tudo é um ganha ganha, onde o estado se regulariza, os pecuaristas ganham mais e as indústrias frigoríficas têm mais escala.
E temos o desafio, também, da rastreabilidade do indireto. E que é o (fornecedor de gado) indireto? É o fornecimento indireto para a indústria. O fornecimento direto é o boi que está indo para o abate. O indireto é bezerro e o bezerro, muitas vezes, está nas pequenas propriedades. Então, tem um desafio importante para a gente olhar para esse pequeno produtor, que muitas vezes não têm acesso à regularização ambiental. Como a gente vai desfazer esse nó e garantir que toda a cadeia de Mato Grosso esteja seguindo a legislação brasileira. A gente quer dar um Passaporte Verde para toda a carne de Mato Grosso.
* Caio Penido é pecuarista com fazenda na Serra do Roncador, no Vale do Araguaia, em Mato Grosso. Foi um dos idealizadores do movimento Liga do Araguaia, hoje um instituto que reúne cerca de 60 produtores do vale. Atualmente, é presidente do IMAC ( Instituto Mato-grossense da Carne), organismo que reúne os elos da cadeia produtiva para o investimento em pesquisas e tecnologias.
Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.