A Aiko, startup mineira de gestão e automação de equipamentos para áreas de florestas plantadas, anunciou que está desenvolvendo um projeto para a conectividade das máquinas da Eldorado Brasil, companhia com 260 mil hectares de eucalipto em Mato Grosso do Sul e uma fábrica para produzir 1,8 milhão de toneladas de celulose por ano. Em 2021, a empresa controlada pelo Grupo J&F faturou R$ 6 bilhões (a receita de 2022 ainda não foi anunciada). “Trata-se de uma solução inovadora, extremamente benéfica e de custo acessível”, diz Rafael Pereira, CEO da Aiko.
A área estimada de florestas plantadas no país é 9,5 milhões de hectares, dos quais 70,1% concentrados nas regiões Sul e Sudeste. São 7,3 milhões de hectares de eucalipto e 1,8 milhão de pinus, segundo a pesquisa Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura, de 2021, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Por falta de conectividade no campo, ou uma conectividade deficiente, a coleta de dados para áreas florestais se torna um desafio na operação de grandes áreas.
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Em seus projetos, de modo geral, a Aiko utiliza três formas de conectividade: redes móveis (3G e 4G), Wi-Fi e coletores M2M, esse último sendo uma tecnologia desenvolvida pela própria startup. No caso da Eldorado, por conta das características dos locais de operação, os coletores M2M e Wi-Fi são os mais demandados e necessitam de boa conectividade para fazer com que o processamento de dados seja dinâmico e aconteça em tempo hábil.
A tecnologia que está sendo desenvolvida é composta por uma estrutura móvel, que possui uma antena de rede via satélite da Starlink, empresa de Elon Musk que oferece internet via satélite mais eficiente que a média do mercado, segundo a startup. E também alimentação por bateria ou energia solar, e dispositivos Wi-Fi industriais, que amplificam o sinal para os dispositivos que estão próximos da torre de comunicação. “Dessa forma, as máquinas se comunicam com a torre via WiFi e enviam para o servidor todos os dados processados por aquele computador de bordo, de maneira instantânea, via satélite”, explica Pereira.
A fase de testes do protótipo está medindo o índice e a qualidade da conectividade das máquinas para descarga de informações e os possíveis ganhos técnicos e financeiros da operação. De acordo com Vinícius Sousa, um dos gestores do projeto da Aiko, a expectativa é reduzir o tempo de recepção dos dados no servidor e o tempo da equipe operacional de coleta. “Temos como objetivo o desenvolvimento de uma rede proprietária”, diz ele.