A Cooperativa Central Aurora Alimentos, com sede em Chapecó (SC), e que é a terceira maior empresa de alimentos do Brasil, encerrou 2022 com resultados positivos. A receita operacional bruta foi de R$ 22 bilhões, resultado 13% superior ao ano anterior, com as sobras do período de R$ 649 milhões. As sobras das cooperativas se refere ao lucro na iniciativa privada. A Aurora tem 65 mil produtores rurais cooperados e emprega 40 mil pessoas em suas unidades de negócio.
“Foi particularmente complexo para a indústria mundial da proteína animal em razão da associação de múltiplos fatores, desde a instabilidade política brasileira, até as incertezas econômicas e políticas globais, em um mundo que ainda padece dos efeitos da pandemia”, disse o presidente, Neivor Canton. “Essa situação gerou um cenário de muita imprevisibilidade que exige máxima atenção dos agentes econômicos”.
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Mas a cooperativa se saiu bem. Em 2022, o mercado interno respondeu por R$ 14,1 bilhões, 64,3% da receita operacional bruta e absorveu 65,6% da produção. O mercado externo contribuiu com R$ 7,9 bilhões, 35,7% das receitas. Foram 80 países que consumiram 34,4% da produção da cooperativa.
Canton explica que vários aspectos concorreram para o bom desempenho das exportações, entre eles, a abertura do mercado canadense para a carne suína brasileira, sendo que a Aurora Coop foi a primeira empresa brasileira a embarcar para aquele país. Também conta a consolidação do mercado suíno no Japão, o retorno da habilitação da unidade de frango de Xaxim (SC) para a China, a abertura do mercado do México para suíno, a primeira exportação de processados para o Paraguai, o primeiro contêiner de cortes suínos para a Índia e a retomada das exportações de cortes suínos para a Coreia do Sul.
Não por acaso, a cooperativa se tornou a maior exportadora de carne suína do país: respondeu por 25,5% das exportações brasileiras de carnes suínas. O abate total de suínos nas sete plantas industriais cresceu 6,4% e atingiu 7,1 milhões de animais. A industrialização de carnes subiu 5,2% e atingiu 404 mil toneladas. A produção in natura aumentou 10% e chegou a 686 mil toneladas.
No segmento de aves a participação foi de 7,2% das exportações de carne de frango. A Aurora Coop abateu em suas nove plantas 288,5 milhões de animais, um incremento de 3% em relação ao volume total das aves abatidas em 2021. Uma rede de 2.286 avicultores integrados constituem a base produtiva nos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. A produção in natura de carnes de aves foi ampliada em 10,2% para 645 mil toneladas. A industrialização avançou 7,6% para 58,4 mil toneladas.
Já o setor de lácteos enfrentou alguns transtornos. Foi afetado em 2022 pela estiagem nas regiões produtoras (que repercutiu na redução da produção), pela importação de lácteos (que aumentou a oferta no mercado doméstico), pelo achatamento do poder aquisitivo da população (que impediu a expansão do consumo de lácteos), entre outros fatores.
A cooperativa recebeu 507,5 milhões de litros de leite para processamento industrial, volume 8% abaixo do ano anterior, para a produção de bebida láctea, leite UHT, leite em pó, soro em pó, creme de leite, queijo em barra, queijo fatiado e requeijão. Fecha o portfolio a linha de industrializados de massas – formada por lasanhas, pizzas, pão de queijo, sanduíches e prato pronto – evoluiu 33,2% para 11,4 mil toneladas.
Canton acredita que 2023 será outro ano de desafios em consequência do menor crescimento da China, de possível recessão na Europa e na América do Norte e dos custos “persistentemente elevados” dos principais insumos – especialmente milho e soja. Disse, entretanto, que serão mantidos os níveis de produção para preservar os empregos, manter a sustentabilidade das amplas cadeias produtivas (suinocultura, avicultura e bovinocultura leiteira), contribuir com a segurança alimentar do País e gerar superávits na balança comercial.
A Cooperativa dará prosseguimento ao plano de investimentos que já vem sendo implementado há três anos para atender, simultaneamente, a vários objetivos, entre eles, o aumento da capacidade produtiva e a incorporação de inovação em várias fases do processo agroindustrial. A maior fatia do programa de investimentos – prevista em R$ 1,082 bilhão para 2023 – está orientada para o aumento da capacidade produtiva