O novo ano começou rápido, mas parece que muitas empresas deram um passo atrás em basear suas decisões apenas nos resultados financeiros e adicionaram metas de responsabilidade social aos seus indicadores de desempenho.
Eles estão se tornando mais atentos aos “stakeholders” além de seus investidores e base de consumidores e perceberam que se tornar socialmente responsável não é apenas bom para sua imagem corporativa, mas necessário para a estabilidade global. As empresas estão incorporando métricas mensuráveis e modificando seus planos operacionais para entrar na corrida rumo a um “Mundo Net Zero”.
Dependendo de a quem você perguntar, existem várias definições de “Mundo Net Zero” – a mais comum é predominantemente associada à mudança climática e à preservação de um planeta habitável. É geralmente aceito que alcançar um equilíbrio entre a quantidade de emissões (gases de efeito estufa/ carbono) produzidas e removidas da atmosfera para um resultado “líquido zero” (net zero) reduzirá exponencialmente o aquecimento global.
Assim, prevenir os piores impactos das mudanças climáticas começa com a rápida neutralização do carbono. Com foco na construção e transição para a descarbonização dos sistemas de energia, as empresas estão começando a operar com fontes de energia limpas e seguras que levarão a um estado “net zero”.
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A produção de recursos da empresa deve ser medida para determinar não apenas a eficácia nas operações e benefícios para as partes interessadas, mas também o retorno financeiro sobre o investimento (ROI) para os acionistas. Estamos todos percebendo que atingir essas metas é mais uma maratona e menos uma corrida, dada a enormidade global de desafios impostos para alcançar até mesmo as menores medidas de “net zero”. Mas os efeitos nocivos de não participar da maratona têm implicações negativas para as empresas além do modelo de negócios.
A sobrevivência das comunidades que atendem é o maior risco, dada a dependência de todos do suprimento de alimentos. Proteger o suprimento global de alimentos torna-se uma prioridade para todas as empresas – especialmente se um “mundo net zero” for alcançado.
As mudanças no comportamento do consumidor têm previsto essa mudança nos negócios há anos – as atitudes do consumidor são radicalmente diferentes de como eram há 20 anos, especialmente em nações totalmente industrializadas. As preferências por um estilo de vida mais saudável e por viver em um mundo limpo e sustentável criaram o movimento “net zero” que domina os canais de mídia globais.
Muitas empresas estão prestando atenção, quer estejam voltadas diretamente para o consumidor ou não, e estão priorizando recursos para atender ao desejo de seus stakeholders por práticas de negócios mais socialmente responsáveis. Isso se aplica especialmente quando se trata dos efeitos que os negócios têm sobre os recursos naturais, as comunidades atendidas e o tempo de vida dos consumidores fiéis. No entanto, abordar a educação do consumidor é uma prioridade na corrida pela descarbonização.
A indústria de alimentos tem percorrido a maratona “mundo net zero” por várias décadas e percebeu que tudo está relacionado à forma como cultivamos e produzimos nossos alimentos. Chegar ao critério net zero não é uma solução baseada em uma planilha. A resposta pode ser encontrada na agricultura regenerativa.
Na verdade, atingir o net zero em si depende de práticas agrícolas modernizadas. O mundo da agricultura regenerativa está centrado na arte do manejo da terra – um sistema dinâmico que envolve clima, água e energia – além de mão de obra e muito mais. Regenerativa trata de como os recursos naturais da terra são aproveitados em harmonia com a natureza para produzir alimentos sustentáveis e de boa qualidade – a responsabilidade final da indústria alimentícia.
No entanto, agricultura regenerativa é um termo que ainda não possui uma definição padrão – nem de pesquisadores, acadêmicos ou agricultores. Os consumidores nos dizem que estão confusos e a falta de clareza impede os pesquisadores de direcionar o que estudar. Isso significa que políticas e leis acordadas demoram a chegar. Mas a indústria de alimentos já está se intensificando em muitos casos.
Texto original publicado pela Forbes USA. Traduzido por Monique Lima.