Os preços de referência do açúcar devem permanecer firmes mesmo depois de marcarem uma máxima desde 2011 nesta semana, já que um início de temporada decepcionante no Brasil, o maior produtor mundial, dissolve qualquer esperança de alívios no curto prazo.
De acordo com analistas do mercado de açúcar e previsões de safra, as chuvas acima da média em abril estão impedindo as usinas brasileiras de produzir açúcar rapidamente no início da temporada para lidar com o aperto na oferta criado por safras menores na Ásia.
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Felippe Reis, analista de safra da EarthDaily Analytics, estima que a região centro-sul do Brasil teria perdido até sete dias de operações de colheita de cana-de-açúcar em abril devido às chuvas de 91 milímetros, versus média histórica de 66 milímetros.
“A moagem de cana durante a primeira quinzena de abril foi muito menor do que inicialmente planejado pelas usinas”, disse Luciana Torrezan, chefe de análise de açúcar da S&P Global Commodity Insights. Ela projeta 5,5 dias perdidos devido às chuvas na primeira quinzena de abril.
As usinas suspendem a colheita com o clima úmido, pois as colheitadeiras pesadas dificilmente podem se mover nos campos. O clima úmido também reduz o teor de açúcar na cana-de-açúcar.
Os problemas no Brasil estão levando a uma tempestade perfeita no mercado de açúcar depois que o tempo seco cortou a produção da China em 1 milhão de toneladas e as safras da Índia e da Tailândia ficaram abaixo do esperado.
A situação impulsionou os contratos futuros de açúcar bruto de Nova York, com o spot se aproximando do vencimento na sexta-feira (28). Apesar do grande interesse dos traders em receber açúcar na bolsa ICE, não se espera muita entrega.
“É difícil correr o risco de entregar algo que você não tem se a contraparte está apresentando o navio imediatamente (para carregá-lo)”, disse o analista de açúcar Claudiu Covrig.
Ele só vê um possível esfriamento no mercado se a China liberar parte de suas reservas ou se os fundos decidirem liquidar parte de sua grande posição comprada para embolsar lucros.