A divisão de agricultura da Basf, que busca ampliar seu negócio de soluções a produtores rurais, anunciou nesta segunda-feira que abrirá sua plataforma digital xarvio para o uso de consultores, o que pode impulsionar um crescimento exponencial do serviço.
Em entrevista à Reuters, o diretor de Digital e Novos Negócios da Basf Soluções para Agricultura para a América Latina, Almir Araújo, disse que a abertura do sistema aos consultores permitirá uma otimização do uso dos recursos tecnológicos pelos agricultores e será um “ganha-ganha” a todos.
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“Isso agrega muito valor de serviços para os consultores, e para os agricultores há um suporte muito maior… A beleza do negócio é que consegue ter um crescimento exponencial”, disse Araújo, lembrando que o modelo adotado guarda semelhanças com o Uber e o Airbnb, que alavancaram seus negócios utilizando a chamada economia colaborativa.
“É um modelo de escala da nova economia, de levar os serviços em um modelo em que o céu é o limite”, acrescentou o executivo, notando que, “quando cresce de forma exponencial, democratiza o acesso”.
De outro lado, com a participação de consultores, a Basf espera resolver um dos principais desafios para uma adoção mais ampla da tecnologia digital na agricultura, que está relacionada ao suporte agronômico no campo. O xarvio fornece tecnologias como sensoriamento remoto, drones, inteligência artificial e mapas.
Segundo a Basf, a plataforma conseguiu incremento de produtividade entre 2% e 5% nas culturas de soja, milho e algodão, na última safra, e obteve uma otimização média de recursos de 61% devido a aplicação localizada de herbicidas. Houve ainda benefícios na dessecação, com a menor variabilidade de maturação da lavoura e consequente incremento de qualidade na colheita.
Segundo o executivo, o cliente do xarvio não necessariamente precisa comprar os pesticidas e sementes do portfólio da Basf. Araújo comentou que as soluções para agricultura digital como o xarvio ainda têm uma participação relativamente pequena nos resultados da gigante alemã de químicos, mas destacou que a tendência é de crescimento da fatia nos próximos anos. Ele não revelou números. A companhia planeja implementar em breve esse modelo do xarvio, com atuação de consultores, na Argentina, revelou o executivo.
Regiões atendidas
Neste início do programa, foram feitas parcerias com 16 consultorias no Brasil, que atendem área potencial de lavoura de aproximadamente 1 milhão de hectares, nos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Rondônia).
O xarvio já é utilizado por cerca de 100 mil agricultores em uma área total de mais de 16 milhões de hectares em 14 países, com destaque para Brasil, Argentina, Estados Unidos, Canadá, Alemanha, França e Japão.
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No Brasil, a plataforma é voltada principalmente para os cultivos de soja, milho e algodão, e a expectativa é de que o serviço atenda 3 milhões de hectares em 2023, um programa que ganha força com a abertura do sistema aos consultores.
Esses profissionais terão ganhos de acordo com o atendimento aos produtores, enquanto os preços dos pacotes do xarvio pagos pelos agricultores ou clientes, como cooperativas e revendas de insumos, dependem do tamanho da área atendida e dos serviços contratados.
Para participar do programa, consultores terão de participar de um curso de capacitação para o xarvio, que deverá envolver questões sobre agricultura digital, legislações que permeiam o uso de drone no campo e fundamentos teóricos e práticos das soluções digitais.