O Japão suspendeu temporariamente a importação de aves vivas e carne de aves de Santa Catarina após a confirmação de caso de gripe aviária em produção de subsistência no Estado, disse o Ministério da Agricultura e Pecuária nesta segunda-feira.
O ministério afirmou que a suspensão é válida até que sejam encaminhadas às autoridades japonesas informações detalhadas sobre o caso, o que a pasta diz já ter feito.
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Os embarques mensais de carne de frango de unidades catarinenses para o Japão representam menos de 3% do total exportado pelo Brasil, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O país é o maior exportador mundial de carne de frango.
A medida vem após o Estado identificar, no sábado, casos de influenza aviária em uma criação de fundo de quintal, para subsistência, em Maracajá. Na propriedade, que foi interditada, encontravam-se múltiplas espécies de aves, como galinha, galinha-d´angola, faisão, ganso, pato, perdiz e peru, disse o ministério, em comunicado.
Santa Catarina é o segundo maior processador de carne de frango do país, depois do Paraná. Todos os grandes exportadores brasileiros de alimentos têm fábricas no Estado.
No mês passado, o Japão interrompeu as compras de aves do Espírito Santo após um caso de gripe aviária em uma fazenda não comercial no Estado, um grande produtor de ovos.
A ABPA afirmou nesta segunda-feira que o Brasil não possui qualquer registro da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) em produção industrial e que registros de fundo de quintal não alteram o status do país como livre de Influenza Aviária. Essa posição também foi reiterada pelo ministério.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, vai liderar uma delegação oficial que se reunirá com autoridades japonesas em Tóquio, na semana que vem, com o intuito que elas “ajustem as exigências de importação de aves e seus produtos às diretrizes da OMSA”, disse a pasta.
A ABPA afirmou esperar que parte do impacto da suspensão imposta seja absorvida por outras unidades frigoríficas também habilitadas a exportar, localizadas em outros Estados, segundo nota assinada junto com a Associação Catarinense de Avicultura e o Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado de Santa Catarina.
Proibições, regionais ou nacionais, seriam aplicáveis, mas apenas se o vírus altamente patogênico atingir uma fazenda comercial, e isso ainda não aconteceu no Brasil, segundo as autoridades.
O Brasil confirmou pela primeira vez surtos de IAAP entre aves silvestres em 15 de maio e, desde então, registrou dezenas de surtos semelhantes em pelo menos sete Estados.