A gigante global do café Starbucks, com sede em Seattle, anunciou na terça-feira (1) vendas trimestrais recordes impulsionadas por uma forte recuperação na China, mas ainda ficou abaixo das estimativas dos analistas, já que a demanda foi aquém do esperado nos EUA. A Starbucks possui cerca de 30 mil lojas em todo o mundo. No Brasil desde 2006, a marca possui 200 pontos de venda e em 2021 inaugurou seu Centro de Apoio ao Produtor para comunidades cafeicultoras.
A empresa reportou US$ 1 em lucro por ação sobre uma receita de US$ 9,2 bilhões (R$ 44 bilhões na cotação atual)- um aumento de 12% sobre igual período do ano passado – superando as expectativas de lucro dos analistas de US$ 0,95, já que os aumentos de preços ajudaram a aumentar as margens, mas falharam nas projeções de receita, que na média anual seria de US$ 9,3 bilhões, de acordo com o FactSet.
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As vendas de produtos nas lojas – cafés nas suas mais variadas formas de preparo, além de outras bebidas e acompanhamentos – aumentaram 10%, levando em conta as receitas dos pontos abertos há mais de um ano. Nos EUA, as vendas aumentaram 7%, enquanto as vendas internacionais aumentaram 24% impulsionadas, principalmente, por um aumento impressionante de 46% na China.
Nos cenários dos últimos trimestres, a Starbucks lidou com as tensões trabalhistas nos EUA e a pressão inflacionária sobre os ingredientes, juntamente com os desafios operacionais na China, seu segundo maior mercado. Os ganhos atuais são os primeiros do novo CEO, Laxman Narasimhan, que assumiu oficialmente o comando da cadeia de café em abril, sucedendo o bilionário Howard Schultz.
Perspectivas e planos futuros da Starbucks
Em uma tentativa de impulsionar o crescimento de longo prazo, a cadeia global de cafés lançou em setembro passado um plano voltado às possíveis inovações pelos próximos três anos, dizendo que dobraria a automação, atenderia às demandas dos clientes mais jovens e aumentaria as vendas no mercado chinês.
Embora o aumento das vendas nas lojas consolidadas, que foi de 7% nos EUA, tenha ficado abaixo das estimativas de consenso, que eram de 8,4%, a demanda persistente do consumidor norte-americano – apesar de um aumento de 6% nos preços ao longo do ano – pode contribuir ainda mais para as vendas no país, onde está a maior parte dos negócios da marca.
Em uma nota recente, analistas do Bank of America disseram que a Starbucks é vista como tendo o “menor preço e valor pelo dinheiro”, o que sugere que “seus pontos de preço permanecem competitivos” e “aparentemente desafiando a sabedoria convencional”. A Starbucks também relatou um ganho de 15% na associação de fidelidade ativa em relação ao período anterior.
Cafeteria de olho no mercado chinês
O ímpeto contínuo de recuperação em Pequim, demonstrado por um aumento de 46% nas vendas nas lojas com mais de um ano de funcionamento, também é uma benção, embora alguns investidores continuem preocupados com o nível de recuperação da China.
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“A China só foi reaberta por seis meses”, sinalizando que pode levar mais 18 meses para recuperar totalmente seus números de tráfego em bolsa, escreveu o analista do BTIG Peter Saleh em uma nota recente. Saleh mantém uma classificação de compra para as ações da Starbucks.
A torcida é para que a demanda geral vacilante do consumidor na China aumente nesta segunda metade do ano. Embora a gigante do café tenha visto aumentos consecutivos nas vendas de suas lojas chinesas ano a ano, resta saber se a Starbucks conseguirá manter a recuperação do tráfego em seu maior mercado internacional. Isso porque a segunda maior economia do mundo enfrenta agora uma demanda enfraquecida, o que levou o governo a apresentar medidas na segunda-feira (31) para estimular os gastos do consumidor e aumentar a confiança no mercado.
* Hyunsoo Rim é colaboradora da Forbes EUA. É uma das estagiárias da Forbes Wealth Team, cursando mestrado na Universidade de Nova York, na área de relatórios econômicos e de negócios. (Tradução: ForbesAgro)