Existem duas opções ao investir em uísque : garrafas e barris. Bastante simples, certo? Não tão simples e rápido assim. Cada opção tem um conjunto único de prós e contras que devem ser colocados na balança. Investir em uísque pode ser um bom negócio, mesmo para aqueles que não estão no rol dos colecionadores da bebida.
Confira cinco pontos de atenção necessária antes de investir em uísque, uma das bebidas mais apreciadas do mundo:
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Luso_Guetty 1 – Apenas a madeira muda o sabor do uísque com o tempo
O sabor e os aromas do uísque evoluem constantemente enquanto estão no barril. Esse não é o caso quando engarrafado. Depois que o uísque vai para a garrafa, ele praticamente permanece o mesmo para sempre.
O uísque em barril ganha sabores desejáveis porque a madeira é porosa. Os barris “respiram” o ar circundante, o que confere complexidade adicional ao líquido. Por exemplo, uma destilaria localizada próximo ao mar pode contribuir com uma qualidade ligeiramente salgada para o seu uísque. Como regra geral, quanto mais a bebida envelhece, mais valiosa ela se tornará.
O uísque engarrafado pode aumentar de valor, mas não devido à constante evolução do conteúdo. Em vez disso, o preço depende da popularidade da marca e do número de garrafas em circulação. Os retornos potenciais aumentam à medida que uma marca se torna mais popular e as garrafas se tornam mais escassas.
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Gabi Musat /Guetty 2 – Barris de uísque podem oferecer mais opções para o produto final
Todas as marcas de uísque vendem garrafas – mas a maioria não vende barris.
O domínio das garrafas vem da popularidade das marcas. Faz mais sentido que as destilarias conceituadas engarrafem e vendam elas próprias o seu uísque, em vez de venderem o barril. Dito isto, os valores dos barris vendidos em leilão aumentaram nos últimos anos.As opções para o comprador aumentam quando as marcas em barris vendem seu uísque. Um único barril pode se tornar um uísque de 12 anos. Ou o conteúdo pode ser finalizado em um barril diferente. Esse uísque pode até acabar num blend ou colaboração. Cada instância é outro rótulo potencial para os colecionadores investirem.
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Guetty 3 – Você pode economizar dinheiro comprando a granel
Quem já comprou na Costco sabe o valor de comprar a granel. Digamos que você invista em um barril de 53 galões de uísque americano por US$ 1.500 (R$ 7.500 na cotação atual). Cada barril contém cerca de 266 garrafas de 700 mililitros. Isso significa que cada garrafa vale cerca de US$ 6 (cerca de R$ 30). Isso deixa bastante espaço para crescer em valor antes de ser finalmente vendido.
As garrafas de uísque têm um ponto de entrada mais alto no mercado. Um colecionador aficionado pode gastar algumas centenas ou até alguns milhares de dólares por garrafa. Como resultado, as garrafas proporcionam menos retorno para o seu investimento – especialmente ao construir um portfólio bem diversificado de ativos “líquidos”.
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4 – Barris permitem engarrafamento e rotulagem personalizados
O processo de investimento em whisky é extremamente simples. Nesta ordem: investir; loja; vender. Isto se aplica para quem investe em garrafas ou barris.
Dito isto, vender não é a única estratégia. Várias pessoas optam por engarrafar e rotular de forma privada os seus barris para consumo. Consumidores podem ter seu próprio uísque de reserva particular finalizado em um barril único e personalizado com sua marca pessoal. É uma saída que só é possível com barris porque são tábulas rasas, por assim dizer.
E isso não é tudo. Ter seu próprio uísque exclusivo é uma declaração séria para eventos especiais, presentes corporativos ou compartilhamento de garrafas com amigos e familiares.
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RW_Divulgação 5 – Ambos oferecem fortes retornos históricos
Não é nenhum segredo que o uísque pode gerar retornos atraentes. Muitas pessoas apontam para o Rare Whisky Icon 100 Index – um índice que apresenta 100 garrafas dos colecionadores mais icônicas – como prova.
Desde a sua criação, há uma década, o índice registrou um retorno impressionante de 398%. Em comparação, o S&Poors 500 retornou 265% com dividendos reinvestidos no mesmo período (dados de 1/8/23). Os dados de retorno dos barris de uísque são menos abundantes, mas com potencial para não serem menos promissores.
1 – Apenas a madeira muda o sabor do uísque com o tempo
O sabor e os aromas do uísque evoluem constantemente enquanto estão no barril. Esse não é o caso quando engarrafado. Depois que o uísque vai para a garrafa, ele praticamente permanece o mesmo para sempre.
O uísque em barril ganha sabores desejáveis porque a madeira é porosa. Os barris “respiram” o ar circundante, o que confere complexidade adicional ao líquido. Por exemplo, uma destilaria localizada próximo ao mar pode contribuir com uma qualidade ligeiramente salgada para o seu uísque. Como regra geral, quanto mais a bebida envelhece, mais valiosa ela se tornará.
O uísque engarrafado pode aumentar de valor, mas não devido à constante evolução do conteúdo. Em vez disso, o preço depende da popularidade da marca e do número de garrafas em circulação. Os retornos potenciais aumentam à medida que uma marca se torna mais popular e as garrafas se tornam mais escassas.
Investimento de mínimo risco
O uísque, uma bebida destilada, vem de uma variedade de cereais que inclui cevada, milho, trigo e centeio, grãos que podem ou não ser maltados. Maltar o grão é deixar que ele germine de forma controlada para as leveduras transformem o açúcar da semente em álcool.
Mas quanto pode custar uma garrafa de uísque? O céu pode ser o limite. Está marcado para este mês de novembro, na casa de leilões Sotheby’s, em Londres, a oferta de uma garrafa de uísque da destilaria The Macallan, com preço estimado em 1,2 milhão de libras esterlinas (R$ 7,3 milhões na cotação atual). O barril onde se encontrava esse uísque foi destilado em 1926 e envelhecido em tonéis de xerez por 60 anos, antes de ser engarrafado em 1986.
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Há vários estilos de uísque que podem ser produzidos em qualquer parte do mundo, de acordo com as normas adotadas. No entanto, os produtores mais conceituados estão na Escócia, Irlanda e Estados Unidos, além de Japão e Canadá. Vale registrar que a livre produção do uísque não serve para a cachaça brasileira, a tequila mexicana e o cognac francês, que levam essa denominação apenas nos países e regiões demarcadas.
No caso do uísque, as ótimas opções de investimento são aquelas que geram os maiores retornos com o mínimo de risco. Os barris são ideais se o investidor tem uma perspectiva de longo prazo e não quer lidar com armazenamento, seguro ou envio. A maturação do líquido tem potencial para proporcionar retornos crescentes ano após ano.
As garrafas favorecem o investimento de curto prazo, mas apresentam riscos mais elevados. Assim, o investidor deve ser capaz de avaliar os mercados e identificar tendências de compra. Além disso, a popularidade da marca pode flutuar, tornando os lucros menos certos. Mas, caso o investidor, ainda assim, não se sentir seguro, a estratégia para se proteger é apostar em ambos.
* Anthony Zhang é colaborador da Forbes EUA, integrante da Forbes Finance Council, grupo de executivos. É cofundador e CEO da Vinovest. (traduzido e adaptado por Forbes Agro)