Imagine entrar em um restaurante fast food e fazer um pedido de hambúrguer com batatas fritas, com a carne de bovinos da raça wagyu sendo moída na hora, transformada em um hambúrguer e cozida na temperatura interna perfeita. Ao mesmo tempo, uma nova cesta de batatas fritas é colocada em uma fritadeira e, no exato momento em que estão perfeitamente crocantes, ela é levantada e colocada em um recipiente pronto para servir.
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Você pode pensar que tal precisão e qualidade seriam inatingíveis com uma equipe muitas vezes inexperiente e ou altamente rotativa de um restaurante típico de comidas rápidas. Mas, na loja de fast food CaliExpress by Flippy, em Pasadena, na Califórnia, isso não é problema.
Tanto o preparo do hambúrguer quanto as fritas são feitos por robôs da Miso Robotics. Chamado de “Flippy”, ele é um braço robótico com um sistema de sensor que prepara as batatas fritas, enquanto os hambúrgueres são feitos pelo “BurgerBot”. A Miso Robotcis chama o local de Pasadena de o primeiro “restaurante totalmente autônomo” do mundo.
Encomende com a sua cara
A preparação de alimentos altamente automatizada não é a única inovação demonstrada na CaliExpress. O restaurante também implementou estações PopID para pedidos e pagamentos. Os clientes podem configurar um perfil com rosto, forma de pagamento e informações de fidelidade. Depois de configurado, o cliente pode fazer pedidos, pagar e ganhar pontos de fidelidade sem cartão de crédito, cartão de fidelidade ou smartphone.
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Para acelerar ainda mais o processo de pedido, um cliente pode selecionar rapidamente um pedido anterior em visitas subsequentes. A PopID está buscando atualmente o mesmo mercado de autenticação biométrica utilizado por Amazon One, Clear e outros.
Menor custo, melhor segurança
Pessoas dispostas a trabalhar em redes de fast food, ou fazer dela uma passagem rápida para outra atividade, têm sido escassas no mercado em muitos locais, mesmo que o salário mínimo nas redes aumente para US$ 20 por hora em 2024, como se prevê para o mercado dos EUA. A Miso diz que a economia nos custos de mão de obra com a automação é o que permite ao restaurante servir a carne Wagyu, mais cara, em seus hambúrgueres.
Além de reduzir os custos trabalhistas, a Miso diz que os robôs manterão os trabalhadores humanos mais seguros ao não colocá-los próximos a perigos potenciais, como óleo de cozinha em alta temperatura e superfícies escorregadias perto de fritadeiras.
Humanos ainda são necessários, mas fora da produção
O termo “autônomo” pode ser aplicado às etapas de pedido e cozimento de alimentos, mas os trabalhadores humanos ainda “montarão” os hambúrgueres e os embalarão para entrega aos clientes. Presumivelmente, os trabalhadores humanos estarão disponíveis para auxiliar os clientes nos pedidos e observar quaisquer problemas com a automação.
Estar separado de óleo quente e superfícies perigosas também pode melhorar a retenção dos trabalhadores. A rotatividade anual dos trabalhadores de fast food nos EUA pode chegar a 150%. Qualquer coisa que reduza o custo de contratação e formação de novos trabalhadores seria bem-vinda pelos operadores de restaurantes.
CaliExpress será inaugurado ‘em breve’
Até o momento, o CaliExpress em Pasadena não está aberto ao público. A data prevista de inauguração era dezembro deste ano, e um porta-voz confirma que “abrirá em breve”. A empresa espera provar o conceito em 2024 com a sua localização atual e depois abrir lojas adicionais.
Para a empresa, a verdadeira oportunidade de negócio não é vender hambúrgueres Wagyu. Em vez disso, é vender tecnologia de automação para outras cadeias. Existem quase 200 mil restaurantes de fast food somente nos EUA (no Brasil são cerca de 125 mil), e tomando todo o mundo são mais de 800 mil. O Cali Group, que é uma holding proprietária da Miso e da PopID, juntamente com a marca CaliBurger, certamente está muito interessada no vasto mercado de equipamentos de fast food demandados por essas lojas.
*Roger Dooley é colaborador da Forbes EUA. É autor dos livros Friction (McGraw Hill) e Brainfluence (Wiley), do blog Neuromarketing e do podcast Brainfluence.