Após o inverno europeu, que se estendeu até meados de maio, um dos resorts mais exclusivos da Toscana, na Itália, o Rosewood Castiglion del Bosco, reabriu suas portas há algumas semanas nas regiões de Val d’Orcia e Brunello di Montalcino.
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A filosofia do lugar se baseia no desejo de levar os hóspedes a mergulhar na comunidade local por meio de experiências imersivas. De olho no agroturismo, a hospedaria deixou tudo pronto para a primavera.
Nos últimos meses, nove dos onze vilarejos localizados na região, que são propriedades rurais dos séculos 17 e 18, foram remodelados para ficar mais contemporâneos e sofisticados, embora sem perder a essência tradicional da região da Toscana.
São espaços únicos, que adornam os arredores do Castiglion del Bosco e têm uma identidade muito forte. Além disso, há piscinas aquecidas, cozinhas projetadas pelo decorador florentino Riccardo Barthel, terraços e jardins com vista para plantações e paisagens.
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Também há outra novidade nesta temporada: cada vila colocou Land Rover Defender de sete lugares, 4×4, à disposição. Os hóspedes poderão conduzir os automóveis durante sua estadia, para explorar as estradas vicinais da região e acessar os dois mil hectares de área privada, cujas origens datam de 900 anos atrás.
Do campo ao prato, de acordo com Temperini
Entre as inúmeras peculiaridades – como as antigas ruínas do castelo dos anos 1100, a igreja medieval do século 14 e a aldeia na qual estão as 42 suítes —, o que não falta é uma gastronomia com produtos locais, algo que sempre esteve em destaque, sendo uma espécie de epicentro do Rosewood. O Castiglion del Bosco abriga dois restaurantes, de um lado a Osteria La Canonica e do outro o Campo del Drago, premiado com uma estrela Michelin e liderado pelo chef italiano Matteo Temperini.
Na osteria o ambiente é de uma autêntica trattoria toscana. Mas o restaurante — cujo nome é uma homenagem ao vinho cru produzido no talhão mais alto de um vinhedo no terroir Brunello di Montalcino — serve pratos vibrantes e originais, preparados com produtos frescos da horta orgânica localizada dentro do resort.
Originário de Poggibonsi, o chef Temperini começou a trabalhar no Castiglion del Bosco em 2019, implementando sua proposta autoral que busca uma profunda ligação entre comida, terra e comunidade. Ele foi formado em alguns dos melhores restaurantes do mundo, até se tornar sous chef de Alain Ducasse, em Paris, além de chef de partie no Le Louis XV, de três estrelas, em Mônaco, antes de seu atual posto.
Para os pratos do Castiglion del Bosco, Temperini cultiva a matéria-prima diretamente na horta da aldeia, uma espécie de oásis com mais de 900 metros quadrados. Os hóspedes são convidados a visitar as plantações de legumes e hortaliças, entre outros.
O restaurante oferece três roteiros de degustação, dois dos quais divididos em cinco pratos: o menu jardim, com nhoque, cogumelos e pesto de borragem; o menu do chef, em que se destacam o pici com creme de alho, cacciucco (ensopado de peixe) e tamarindo; e o menu esperienza, com oito pratos que vão de bacalhau com grão de bico valdarno e linguiça de javali até ao borrego (carneiro) amiata com alcachofras e coratella (miúdos de cordeiro).
Na preparação de sobremesas, está o confeiteiro Michael Boivin. Nascido em 1988 em Biarritz, no litoral da França e aos pés dos Pirineus, ele conhece Temperini há muito tempo, mas o reencontrou somente em 2020, justamente no Rosewood toscano. O chef desenvolve sobremesas de inspiração francesa, fruto de uma longa formação nos Alpes.
Da uva ao vinho, com o auxílio de um sommelier
A harmonização entre pratos e vinhos faz parte dos roteiros de degustação, com uma série de seleções que variam entre as garrafas da propriedade e os mais renomados rótulos internacionais. Os vinhos podem ser experimentados no local, com auxílio de um sommelier, que também participa dos passeios pela propriedade.
Os hóspedes do Castiglion del Bosco também podem conhecer a histórica adega onde é produzido o Brunello di Montalcino, um vinho fino tinto do qual a propriedade é um dos principais produtores, além de membro-fundadora do consórcio de vinhos local, em 1967.
A enóloga Cecilia Leoneschi supervisiona os rituais de colheita, seleção manual em duas fases e envelhecimento em barricas na adega de quatro mil metros quadrados da região.
*Marco Gemelli é colaborador da Forbes Itália. Foi editor do Il Giornale della Toscana e do Speciale Pitti Uomo. É membro da World Gourmet Society e presidente do comitê Italian Chef Charity Night