No mundo de hoje, qualquer negócio está profundamente conectado com as questões ambientais, sociais e de governança. Os investimentos em cada uma dessas frentes impactam diretamente os indicadores financeiros das empresas, além de influenciarem, para o bem ou para o mal, a sua reputação e consequentemente a sua perenidade. Essa constatação é ainda mais relevante para setores que atuam em cadeias longas, como é o caso do agronegócio.
Infelizmente, até pouco tempo atrás, questões relacionadas a ‘ESG’ (sigla em inglês para Ambiental, Social e Governança) estavam muito mais associadas ao compliance do que à estratégia de negócio.
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Fato é que para avançar verdadeiramente neste sentido, as organizações precisam entender que, além de trabalhar para cumprir suas agendas de sustentabilidade ou mesmo contribuir para o atingimento das metas estabelecidas pela ONU a partir dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), é necessário fazer isso de forma consistente e sustentável, inclusive da perspectiva financeira. Sustentabilidade é negócio! Aquele tipo de atividade onde só é boa de verdade, quando é boa para todos.
Afinal, a partir do momento em que os pilares ESG passam a ser entendidos como uma alavanca de negócio, sendo priorizados em uma matriz de risco e entendidos como oportunidades, temos uma verdadeira mudança que extrapola o ambiente corporativo. É aí que a “chave vira”.
Tudo isso fica ainda mais explícito quando falamos do agro, pois é inegável a relevância dos princípios da sustentabilidade para qualquer discussão que envolva o setor. Até porque são eles que dão condições para um sistema agropecuário cada vez mais eficiente, em que é feito bom uso da terra, dos insumos, da água, do capital investido e das pessoas que estão trabalhando nessa longa cadeia produtiva.
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No Brasil, entendemos há bastante tempo que a sustentabilidade deve não apenas ser transversal na estratégia dos negócios, mas que ela está no centro. Fazer a coisa certa para o meio ambiente e para a sociedade é a coisa certa para os negócios também. Enfrentar os desafios impostos pelas agendas de segurança alimentar e climática parece ser o maior tema da nossa era.
Estamos certos de que a agricultura é uma atividade chave nesse sentido, talvez uma das poucas que efetivamente pode trazer soluções para o tema de mudanças climáticas. Estamos vendo um novo cenário de combustíveis renováveis pelo mundo afora, e além do Brasil ser um campeão da segurança alimentar, também vemos um potencial gigantesco na segurança energética. Novas oportunidades demandam um novo olhar. O mundo já está de olho no que o Brasil está fazendo e o agro tem um papel fundamental no desenvolvimento de atuais e novas culturas que serão o futuro dos combustíveis renováveis.
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Assim, vemos o agronegócio brasileiro altamente comprometido com a maximização da produtividade com menos impacto, com a saúde e regeneração do solo trazendo cada vez mais prosperidade para a cadeia produtiva. Repensar a forma de trabalhar a sustentabilidade, usando a inovação e a colaboração centrada nas necessidades reais dos agricultores para trazer avanços concretos.
Um futuro mais sustentável e seguro para todos nós passa pela valorização dessas novas maneiras de pensar e produzir. Até porque, essa agenda não só entrega valor ao guiar e proteger as empresas no ‘presente’ olhando para o ‘futuro’, como também é fundamental para impulsionar a nova economia que tem a estratégia baseada na sustentabilidade.
Produtividade com Sustentabilidade, Lucratividade e Perenidade: muito além de um jogo de palavras, é o Agro do Brasil.
* Grazielle Parenti é vice-presidente de sustentabilidade e assuntos corporativos da Syngenta Latam. Também é conselheira na Alvoar Lácteos, vice-presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), também vice-presidente da Câmara de Comércio Suíço-Brasileira (SWISSCAM) e professora no curso de mestrado em comunicação e assuntos governamentais na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), além de integrante do Forbes MulherAgro.
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