O banco central da China informou nesta terça-feira que fornecerá mais 100 bilhões de iuanes (US$ 14 bilhões) aos bancos para apoiar a reconstrução das áreas devastadas pelas enchentes, depois que as condições climáticas extremas recentes danificaram cerca de 2,42 milhões de hectares de plantações.
Nas últimas semanas, o maior importador agrícola do mundo foi assolado pelo tufão Gaemi que atingiu a costa leste do país, por chuvas recordes nos campos de arroz do sul e por ondas de calor intenso nas regiões produtoras de milho e trigo do norte.
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Depois que a mídia estatal noticiou que o vice-primeiro-ministro da China, Liu Guozhong, pediu que o vasto setor agrícola da China se esforçasse para obter uma colheita abundante neste outono (do Hemisfério Norte), o banco central anunciou que emitirá mais 100 bilhões de iuanes de uma linha de crédito para apoiar 12 áreas com iniciativas de prevenção e reconstrução de enchentes.
O Banco do Povo da China direcionará o financiamento para as províncias de Fujian, Guangdong, Henan, Heilongjiang, Hunan, Jilin, Jiangxi, Liaoning, Shaanxi e Sichuan, juntamente com a megacidade de Chongqing e a região de Guangxi, e para agricultores, empresas de pequeno e micro porte e famílias, segundo um comunicado.
O Banco do Povo da China já havia emitido um total de 2,61 trilhões de iuanes em cotas de reempréstimo para apoiar agricultores e pequenas empresas.
“O Banco do Povo da China pedirá às suas agências nas províncias relevantes que façam bom uso das cotas de reempréstimo recém-adicionadas… para garantir as necessidades de financiamento das empresas atingidas pelo desastre e ajudá-las a retomar a produção”, acrescentou.
A China sofreu 76,9 bilhões de iuanes (10,1 bilhões de dólares) em perdas econômicas decorrentes de desastres naturais no mês passado, sendo que 88% dessas perdas foram causadas por chuvas fortes e enchentes, de acordo com o Ministério de Gerenciamento de Emergências.
Foi a maior quantidade de perdas para o mês de julho desde 2021, segundo dados do ministério.
Liu, durante sua visita às províncias de Liaoning e Jilin no fim de semana e na segunda-feira, pediu às autoridades que melhorassem a capacidade do setor agrícola de prevenção e mitigação de desastres, de acordo com a agência de notícias oficial Xinhua.
Ele também “pediu medidas para drenar a água acumulada, promover a restauração das plantações afetadas e orientar os agricultores no replantio de áreas onde as plantações foram destruídas”, acrescentou o relatório.
Os produtores, desde os EUA até o Brasil e a Indonésia, estarão atentos para ver se a China aumentará suas importações de alimentos para atender às demandas de seus 1,4 bilhão de habitantes.
Um corte na produção agrícola doméstica poderia aumentar a demanda do gigante asiático por suprimentos no exterior, o que afetaria a oferta e os preços globais de alimentos.
Pequim prevê 92% de autossuficiência em grãos e feijões básicos até 2033, acima dos 84% registrados entre 2021 e 2023.
Mas um aumento no número de eventos climáticos extremos coloca isso em dúvida.
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Os desastres naturais em julho afetaram quase 26,4 milhões de pessoas em toda a China, com 328 mortos ou desaparecidos. Mais de um milhão de pessoas foram realocadas, 12.000 casas desabaram e outras 157.000 foram danificadas.