O principal órgão mundial do setor de café deve pedir que a União Europeia adie a exigência de que os grãos importados pelo bloco sejam provenientes de áreas não ligadas ao desmatamento, disse a chefe do grupo nesta quarta-feira (18).
A regra, prevista para entrar em vigor no final do ano, proibiria as vendas de café – bem como de cacau, soja, óleo de palma, madeira, borracha e gado – se as empresas não conseguirem provar que o produto é proveniente de uma área onde as florestas não foram desmatadas nos últimos anos.
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“Não podemos cumprir essa data, não é possível”, disse Vanusia Nogueira, diretora da Organização Internacional do Café (OIC), em uma entrevista.
A OIC, um grupo intergovernamental ligado às Nações Unidas, representa mais de 90% da produção de café e mais de 60% do consumo mundial. Os principais produtores de café, como Brasil, Vietnã e Colômbia, são países-membros.
“É um prazo muito ambicioso”, disse Nogueira. “Acreditamos que, trabalhando com (os líderes da UE), eles poderão estar mais abertos a adiar essa data”. Ela não especificou por quanto tempo a OIC estava buscando adiar o prazo.
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Questionada sobre possíveis repercussões se os produtores de café não cumprirem o prazo, Nogueira disse que a UE “encontrará alguma solução”.
“O povo europeu gosta muito de café. Eles não ficarão sem café”, acrescentou. Nogueira falou em uma cúpula do café organizada pela Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) em Tegucigalpa.
A expectativa é que as quase três dúzias de países-membros da CELAC encerrem a cúpula com uma declaração solicitando que a UE adie a data de exigência contra desmatamento, disse o vice-ministro hondurenho de Cultivo de Café, Carlos Murillo.