Para quem não conhece o filme “2001 – Uma Odisseia no Espaço”, que tem em seu enredo a evolução humana, o existencialismo, a tecnologia, a inteligência artificial e a vida extraterrestre. o filme é lembrado pelo seu realismo científico, pioneirismo em efeitos especiais, imagens ambíguas, próximas ao surrealismo. A sonoplastia foge das técnicas narrativas, com poucos diálogos e cenas longas com música, entre as quais se destacam as músicas clássicas. A música é composta por Richard Strauss, um poema sinfônico Also Sprach Zarathustra (Friedrich Nietzsche) que simboliza a revolta do homem contra a falta de respostas, a entrega às paixões e o sentimento de impotência frente à morte.
Agora, nosso paralelo, “2025 Uma Odisseia no Agro” se destaca pela enorme jornada que a humanidade se lança na transformação existencial por um desenvolvimento buscando reequilibrar o necessário pelo sustentável, energia, alimentação, redução de temperatura e equilíbrio social ambiental e econômico.
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A esquadra que trilha esta nova Odisseia tem nela uma nave de alta propulsão e liderança pela sua composição de fatores que se oferecem para as soluções: a “Nave Agro” para a energia, alimentos, redução de temperatura e inserção social, daí sua relevância na esquadra. A esquadra é composta por todos os países e regiões, pois em todos eles existe o Agro.
A rota desta “Nave Agro” não é isolada de outras naves mães, cujo propósito pode ser geopolítico, geoeconômico, tecnológico, digital, de poder energético, de poder militar etc. As rotas para a esquadra são definidas por estas diferentes naves mães no seu momento na jornada.
A rota da “Nave Agro”, por sua vez, tem nos seus direcionadores experiências muito variadas, partindo de sua realidade temperada, tropical, semidesértica, entre outras. Embora sejam produtores, transformadores, distribuidores de suas potencialidades, precisam buscar seu denominador comum para manterem a “Nave Agro” na liderança das pautas mais coesas do que dispersas.
É assim que nos encontramos, saindo de um G20, entrando numa COP30 e liderando os BRIC’s, colocando a transição de 2024 para 2025 em um ponto muito especial da nossa rota.
A “Nave Agro” é composta por várias lideranças, formada por setores e origens. Em especial os países das áreas tropicais, que se destaca dos demais pois formam uma convergência de um “novo poder” de produzir e preservar. Com oferta em energias sustentáveis advindas da biomassa, alimentos mais competitivos, produtos bioeconômicos substituindo os fosseis e por aí vai.
Liderando esta pauta dos tropicais, está o Brasil que é um líder natural de onde temos não só a dimensão produtiva, mas a participação crescente internacional. Nesta “Nave Agro” de liderança brasileira tropical, o enorme desafio se encontra em termos uma jornada uniforme, perante os demais, independentemente do setor, da cadeia produtiva, ou de sua representação institucional.
O que requer a esta liderança brasileira é desprendimento, de seu dia a dia, de sua visão paroquial, frente a seus representados, de suas particularidades de benefícios e privilégios, para buscar no conjunto a visão da jornada. Isto faz com que necessitemos enxergar o longo prazo de nossa existência, pela atuação no Agro, buscando nele as melhores lideranças de nossos setores, não só tropicais, mas também globais.
Que entendamos nosso papel singular frente aos outros interesses da Naves mães, que não têm sua origem no Agro, mas em outros propósitos. A construção destas visões requer lideranças engajadas, abertas, criativas e visionárias, pois o Brasil, na “Nave Agro” representa muito para muitos.
Embora não sejamos a preferência na condução das rotas desta jornada da humanidade, somos sim parte sensível e muito relevante das soluções nessa odisseia.
Assim, neste início do ano de 2025, no Brasil, teremos pautas que nos envolverão como o Novo Plano Safra, a evolução econômica de juros e câmbio, as reduções estruturais das safras pelo impacto climático, sem falar das consequências das amplitudes do clima que nos afetam cada vez mais. Ainda no dia a dia, teremos que superar a alavancagem maior pelo endividamento e a redução sistemática do crédito. Como se tudo isto não bastasse, a atenção redobrada nas legislações nacionais em definição como a Nova Reforma Fiscal, a regulamentação das leis, como do Carbono, Combustíveis do Futuro, Marco Legal, para citar alguns.
É justo perguntar: “Precisamos estar atentos a tudo isto em 2025, qual a chance de buscar horizontes mais longínquos para a nossa “Nave Agro”?
E justamente este é o convite aqui; olhar para longe, sonhar o horizonte, e compartilhar com os demais. Isto nos torna visionários ao compartilhar sonhos e seremos surpreendidos por novas alianças e novos visionários.
As expectativas sobre aqueles que operam a ‘Nave Agro’ são imensas. Vocês estão anos-luz à nossa frente e, por isso, o foco deve permanecer no futuro, transcendendo os desafios do presente. É nessa jornada, “2025 – Odisseia no Agro”, que trilhamos juntos. Sejam bem-vindos, capitães e capitãs!
*Nina Plöger é presidente do FMA. Empresária do setor de reflorestamento, cultiva café sustentável. É formada em administração e pós-graduada em economia e em governança e compliance. Integra o Comitê Sustentabilidade da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), é membro do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag) da Fiesp; do Conselho Empresarial da América Latina (CEAL) e do Movimento Empresarial pela Inovação (MEI), da CNI.
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