No último ano, 80% das empresas em 52 países fizeram relatórios de sustentabilidade, um aumento de 5% desde 2017, de acordo com uma pesquisa feita pela consultoria KPMG. Uma das companhias que fazem parte da estatística é a PepsiCo, gigante do setor de alimentos e bebidas (dona de marcas como a Pepsi, Gatorade, Ruffles e Lay’s), que divulgou documento em que destaca os avanços em sua agenda social e de sustentabilidade nos últimos anos e seu compromisso futuro com as pautas de ESG.
“Estamos trabalhando para transformar a maneira como criamos valor compartilhado, sem exceder os limites naturais do planeta e inspirando uma mudança positiva para o planeta e para as pessoas”, explica Ramón Laguarta, CEO e presidente do Conselho de Administração da PepsiCo. E acrescenta: “Isso nos tornará uma empresa melhor, com um propósito claro integrado à nossa estratégia de negócio”.
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O enfoque de preocupação socioambiental da multinacional tenta abranger toda a cadeia produtiva, mas especialmente a origem das matérias-primas: no ano passado, quase 87% delas foram de origem sustentável em todo o mundo – número que se espera chegar em 100% dos ingredientes-chaves até 2030, até mesmo nas culturas terceirizadas. Parte desse esforço vem da adoção da agricultura positiva, que usa de práticas de cultivo regenerativas, assim como no apoio de comunidades agrícolas. No total, a expectativa é impactar positivamente os meios de subsistência de mais de 250 mil trabalhadores do setor.
Na cadeia operacional, a água também é um importante foco de atenção. Em 2020, a eficiência de recursos hídricos teve uma melhoria global de 15% em áreas de alto risco. Especificamente na América Latina – onde a companhia reúne dez sistemas de biorreatores de membrana e de osmose inversa para reuso da água -, foi registrada uma eficiência de 20% no uso hídrico comparado a 2019 (e 40% em relação a 2015). Na América do Norte, inovações para otimizar o processo de produção de bebidas também têm ajudado a economizar 8 milhões de galões de água por ano – quantidade necessária para encher mais de doze piscinas olímpicas.
O conglomerado do setor da alimentação também anunciou que irá duplicar seu objetivo climático para reduzir em mais de 40% as emissões absolutas de gases de efeito estufa até o começo da próxima década, além de alcançar emissões líquidas zero em todas as suas operações globais até 2040. Segundo o relatório, no ano passado, a redução de gases de efeito estufa já foi de 5%, com esforços que envolvem desde energia renovável até uso de frota de veículos híbridos, elétricos e movidos a gás natural comprimido.
Com mais de 290 mil funcionários em sua rede, a multinacional também traçou objetivos sociais, entre eles o empoderamento econômico feminino. Hoje, 41% dos cargos de gerência da PepsiCo no mundo são ocupados por mulheres – e a diferença salarial de gênero entre postos de trabalho não passa de 1%, segundo a empresa.
As comunidades locais também estão em foco: desde 2016, em parceria com o FUNDES (organização dedicada ao crescimento de pequenos negócios), a companhia tem na América Latina o “Mulheres com Propósito”, iniciativa social de apoio para mais de 12 mil mulheres com oportunidades de educação, emprego e empreendedorismo. Presente em oito países, inclusive no Brasil, 7.400 participantes já haviam completado o programa até o final de 2020.
Além disso, o relatório ainda destaca o compromisso com a equidade racial: a multinacional anunciou um investimento de US$ 570 milhões nos próximos cinco anos para apoiar comunidades e negócios liderados por pessoas negras e hispânicas, criar oportunidades de trabalho e lutar contra a discriminação. A meta é aumentar o percentual de cargos de gerência ocupados por negros dentro da companhia em 10% até 2025 – mesmo objetivo para os postos de gerentes intermediários para hispânicos.
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