A Ceres e PRI, duas das redes de investidores fundadores da iniciativa Climate Action 100+, desenvolveram um relatório que chega semanas após o alerta de cientistas de que o planeta corre o risco de não atingir as metas do Acordo de Paris e as reduções necessárias nas emissões dos gases de efeito estufa, sem mudanças políticas imediatas no lançamento do Sexto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
O setor de alimentos e bebidas é um grande contribuidor para as emissões mundiais de gases de efeito estufa, produzindo um terço de todas as emissões globais, com cadeias de abastecimento registrando os níveis mais elevados. As emissões provenientes da agricultura e do uso da terra devem ser tratadas a fim de cumprir as metas de redução de emissões baseadas em evidências científicas.
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A presidente e CEO da Ceres, Mindy Lubber, e membro do Comitê diretor global da Climate Action 100+ disse: “Como o IPCC deixa claro, é necessária uma ação urgente por parte das empresas de alimentos e bebidas, tanto individualmente quanto em suas cadeias de abastecimento, para fazer um futuro de zero emissões possível”.
As empresas precisarão produzir metas provisórias e divulgar como as cumprirão, para que os investidores possam avaliar com o quão preparados precisarão estar para a transição de impacto zero.
Já a CEO da PRI e também membro do Comitê diretor global da Climate Action 100+, Fiona Reynolds, disse: “A escala da cadeia de abastecimento de alimentos e bebidas significa que o setor enfrenta grandes desafios para lidar com as emissões e zerá-las”.
“Estamos incentivando as empresas do setor e os investidores que trabalham com essas empresas a estarem cientes e a tomarem medidas para lidar com as emissões em todas as cadeias de abastecimento.”
O relatório afirma que as emissões terrestres do escopo 3 devem diminuir em 85% para se alinhar com o impacto zero da IEA (International Energy Agency) até 2050, que o setor não está a caminho de atingir.
Isso pode ser realizado se as empresas integrarem ações climáticas de mudança de fornecimento às políticas corporativas, apoiarem os produtores agrícolas para reduzir o impacto climático e alinhar despesas, desenvolvimento de produtos e iniciativas de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) com um cenário de 1,5 grau.
Jared Fernandez, analista ESG e gerente de votação por procuração da Boston Trust Walden, disse: “O relatório de Estratégia Global do Setor de Alimentos e Bebidas da Climate Action 100+ fornece aos investidores informações confiáveis para envolver e acelerar uma transição dentro do setor, o que por sua vez ajuda a mitigar riscos relacionados ao clima no nível de portfólio”.
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