
“O Brasil tem vantagens comparativas extraordinárias na corrida para alcançarmos uma economia de emissões líquidas de carbono neutras”, afirmam
Em carta divulgada hoje (27), empresários de algumas das maiores empresas do país pedem um maior protagonismo do país nas negociações climáticas. “Essa é uma oportunidade única do Brasil ser competitivo e melhorarmos as condições de vida da população, alinhados com as novas prioridades em torno das quais o mundo está se movimentando”, afirmam
Os empresários disseram reconhecer a sua responsabilidade nessa transformação, citando ações sustentáveis que já vêm sido empreendidas por suas empresas, como a redução e compensação das emissões de GEEs (gases causadores do efeito de estufa), precificação interna de carbono, descarbonização das operações e cadeias de valor, investimentos em tecnologias verdes e estabelecimento de metas corporativas de neutralidade climática até 2050.
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O comunicado chega às vésperas da COP26 (26° Conferência Sobre as Alterações Climáticas), que ocorrerá de 31 de outubro a 12 de novembro, em Glasgow, na Escócia. Segundo os signatários, o evento é uma oportunidade de estimular a economia mundial, alinhando esforços e incentivando a inovação no combate ao aquecimento global ao redor de todo o mundo.
“O Brasil tem vantagens comparativas extraordinárias na corrida para alcançarmos uma economia de emissões líquidas de carbono neutras, valendo-nos dos nossos múltiplos recursos naturais e da capacidade de nosso povo”, dizem. E ressaltam que um protagonismo seria compatível com a tradição de integridade climática do país e sua centralidade nesse diálogo.
Para isso, os empresários destacam a necessidade de atrelar os novos esforços de criação de uma economia de carbono neutro a metas baseadas em conceitos científicos (Science Based Targets) e práticas de transparência financeira (Task Force on Climate-Related Financial Disclosures). Reforçam também a importância da adoção de mecanismos de financiamento para a promoção da transição climática, bem como o “combate integral e inequívoco ao desmatamento ilegal da Floresta Amazônica e de outros biomas brasileiros”.
Eles citam como importantes os avanços representados pelo RenovaBio, programa do governo com objetivo de expandir a produção de biocombustíveis no Brasil, e a PSA, recém-aprovada política de pagamento por serviços ambientais. E colocam como necessidade um aprofundamento do diálogo entre o governo, o setor privado e a população a respeito do posicionamento do Brasil sobre o Artigo 6° do Acordo de Paris, que prevê a cooperação entre países e deve ser tema abordado na COP26.
“Devemos construir uma trajetória orientada para um futuro de claros objetivos climáticos, sob pena de sermos excluídos de uma nova ordem climático-econômica que se consolida diante dos nossos olhos, o que seria injustificável para um país como o Brasil”, afirmam.
O documento contou com o apoio do CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável) e a participação de 107 signatários de empresas e dez signatários de entidades setoriais.
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