A partir deste mês, o desmatamento na Amazônia será monitorado em tempo real pela plataforma PlenaMata, lançada pelas empresas Natura, Mapbiomas, InfoAmazonia e Hacklab para mobilizar a sociedade em prol da defesa do bioma. A ferramenta será atualizada diariamente e disponibilizará um contador de árvores derrubadas por minuto, assim como a área total desmatada até aquele momento. No site também será possível gerar mapas e gráficos interativos de acordo com o recorte territorial.
Segundo o Prodes (Programa de Cálculo do Desflorestamento da Amazônia), o desmatamento já atingiu cerca de 20% da Amazônia brasileira desde o início da série histórica, em 1988. Só em 2020, segundo o levantamento disponível na PlenaMata, a área desmatada chegou a 1 milhão de hectares.
Para o coordenador do MapBiomas, Tasso Azevedo, este é um cenário que vem se intensificando nos últimos cinco anos. “Se continuarmos assim, vamos afetar os mecanismos de autopreservação da floresta, como a reciclagem da água para produção de chuvas. Por isso é indispensável engajar os setores público e privado, bem como a sociedade civil, ao oferecer uma ferramenta acessível para apoiar a articulação coletiva contra o desmatamento e pelo fortalecimento de iniciativas bem-sucedidas de conservação e regeneração“, comenta.
Além dos dados quantitativos, a plataforma oferecerá conteúdos sobre o uso sustentável do bioma, incluindo artigos semanais escritos por uma rede de articulistas fixos e convidados, como cientistas e outros especialistas da área. Também será possível acessar uma aba com notícias diárias envolvendo a região e a preservação do meio ambiente. “A união de dados e histórias localizadas geograficamente, produzidas por diferentes meios parceiros, vai permitir que um público amplo tenha acesso facilitado e contextualizado sobre os temas que tocam a maior floresta tropical do mundo”, diz Juliana Mori, diretora editorial do InfoAmazonia.
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Outro objetivo da iniciativa é promover a chamada “bioeconomia”, termo que se refere ao campo de estudo que tenta conciliar os interesses do mercado econômico com a preservação dos ecossistemas, alegando a interdependência entre esses dois setores. Denise Halls, diretora global de sustentabilidade da Natura, destaca o fato da Amazônia ter uma fatia pequena de participação dentro dos US$ 175 bilhões movimentados no mercado mundial de cadeias da sociobiodiversidade por ano. “É imprescindível mudar a lógica de desenvolvimento da região amazônica. Modelos ligados à bioeconomia comprovam que, por meio da união entre ciência e conhecimento tradicional, é possível conciliar desenvolvimento econômico com progresso socioambiental”, afirma.
Inicialmente, o PlenaMata terá seu monitoramento focado na Amazônia legal brasileira, que representa cerca de 60% do bioma. Para conhecer a ferramenta, disponível em português e inglês, basta acessar https://plenamata.eco/.
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