Entre as dezenas de regiões administrativas da França continental, a região sudoeste de Nova Aquitânia é a maior delas: é lá que vivem quase seis milhões de pessoas, em uma área maior do que toda a Áustria. Há mil anos, a Aquitânia, cujas fronteiras mudaram ao longo do tempo, foi reconhecida como uma das regiões mais ricas desta parte da Europa do ponto de vista agrícola. Hoje, ela é subdividida em sete departamentos, sendo o mais oriental deles um ponto gastronômico conhecido como Dordonha, também chamado de Périgord, cuja capital é Périgueux.
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Périgueux está localizada nos bancos do rio Isle. A cidade é da época em que os integrantes da tribo Petrocori se juntaram aos romanos para criar Vesunna. A região ao redor da cidade é conhecida como a Périgord Blanc, em função da abundância de afloramentos calcários locais.
Os festivais de verão celebram pratos à base de lagosta, aves, carnes e vinho, enquanto no outono e no inverno os cogumelos porcini, as trufas e as castanhas ganham espaçoUm dos locais que devem fazer parte do city tour é o escritório de turismo na Place Francheville (o horário de expediente pode não ser muito regular, por isso verifique com antecedência na internet). Lá é possível adquirir gratuitamente mapas da cidade e da região. Mesmo quem já tem algum conhecimento sobre o turismo local adquirido em publicações especializadas, pode aprender muito sobre os festivais regionais.
Apesar de não ser tão charmosa quanto a cidade de Bordeaux, há ótimas atrações na cidade que fazem a viagem valer a pena. Entre elas estão o museu militar, o Vesunna Gallo Roman Museum e o Museu de Arte e Arqueologia – o quarto mais importante do país graças às descobertas arqueológicas que dão fama à Dordonha. O festival anual de Saint-Georges, realizado no início de maio, é um dos mais antigos da Aquitânia e reúne 25.000 visitantes para corridas de bicicletas, competições de pesca, barracas de comida e fogos de artifício.
Dordonha-Périgord é conhecida pela sua comida. Os festivais de verão celebram pratos à base de lagosta, aves, carnes e vinho, enquanto no outono e no inverno os cogumelos porcini, as trufas e as castanhas ganham espaço. Este foco em alimentos ricos é motivo suficiente para visitar os mercados ao ar livre realizados todas às quartas-feiras e sábados em Périgueux. Três mercados são mantidos em três praças na região da Basílica-Catedral Saint-Front de Périgueux.
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Além disso, se essa catedral lembra a basílica de Sacré-Coeur, em Paris, há um motivo: a reconstrução do século 19 foi conduzida pelo mesmo arquiteto, Paul Abadie. Atualmente, a obra é tombada pela UNESCO como patrimônio mundial.
O evento principal ocorre na quadra de Place de la Clautre – que já serviu de espaço para execuções públicas e, agora, dá lugar a vários estabelecimentos para tomar café. Considere andar ao redor dos três lados periféricos do mercado antes de explorar o interior.
No local há pães assados de diferentes tamanhos e com diferentes nomes preparados na hora: batard, tourte, couronne e ficelle. Frutos do mar incluem linguado de Royan, caranguejos vivos, filés de peixe dourado e vieiras. Grandes barracas de legumes vendem cebolas vermelhas e aspargos brancos. Também é possível comprar abóbora Butternut e cogumelos chanterelle ou, dependendo da estação, cogumelos porcini. Outras combinações coloridas incluem sal de trufa, óleo de morango, mel de castanha, mostarda de nozes, iogurte de leite de cabra de sabores variados, chocolate coberto por cranberry e chá de hortelã-pimenta. Para completar, é possível encontrar, ainda, figo, mirtilos, geléias de marmelo e ameixa seca, salsichas aromatizadas com especiarias bascas, avelãs e carne de veado. Este é também um centro de foie gras, cuja elaboração tem sido transmitida de uma geração a outra.
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Com apenas dois minutos de caminhada é possível chegar a um pequeno mercado localizado dentro do Place de la Coderc. Lá estão à venda peito de pato (magret de canard), coelhos frescos, pimenta vermelha ou de Sichuan e geléia de tomate verde.
Se você visitar a região em um dia em que os mercados não estejam funcionando, aproveite as lojas locais. Para lembrancinhas, vá ao outlet Rue Limogeanne, que vende facas Couteau de Nontron. Com seus punhos com gravuras, elas são produzidas em Dordonha há seis séculos.
Quando o sino da basílica toca, ao meio dia, os vendedores batem palmas como um sinal de que é hora de arrumar a casa. Eles então começam a colocar os aspargos em caixas, os repolhos em sacos e as frutas nas cestas, preparando-se para ir embora.
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Para almoçar na cidade, uma sugestão é experimentar o cassoulet de Périgord, um prato de sopa com feijões brancos, legumes, presunto local e uma perna de ave. Além disso, tome cuidado com a bebida: este prato vai dominar qualquer vinho, exceto um tinto encorpado. Considere uma garrafa de Cahors ou Bergerac.
Depois de explorar Périgueux, você pode dirigir e conhecer mais de Dordonha-Périgord. Viaje para o sul, para o vale Dordogne River, para visitar as cavernas e museus com achados pré-históricos, ou para o oeste, para provar os vinhos de Bergerac. Se o GPS o conduzir para fora de uma estrada principal, por ruas estreitas cercadas por campos, considere isto um presente. Relaxe e aproveite esta aventura incrível fora da rota tradicional.