Quem nunca quis ver uma conta de US$ 15 mil ao fim de uma refeição? O que soa como brincadeira é um negócio e tanto para o complexo de diversões criado por Walt Disney. A elegante 21 Royal, sala de jantar situada em um santuário pouco conhecido da Disneylândia, tem fila de seis meses de espera para jantares com até doze pessoas, em que é possível experimentar um pouco da magia Disney de primeira classe por “apenas” US$ 1.250 por cabeça — daí o valor final atingir astronômicos US$ 15 mil.
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A 21 Royal está escondida na Dream Suite, espaço de 205 m² instalado no parque da Califórnia, ao fim de uma escadaria em espiral que se vê sobre o brinquedo da franquia de Piratas do Caribe, na New Orleans Square. Originalmente projetada para ser a morada pessoal de Walt Disney dentro do parque, a Dream Suite estava em fase de finalização quando o empresário morreu, em 1966. O espaço se tornou, então, uma galeria de arte voltada à comercialização de peças da Disney, antes de ser transformado em suíte privada de hotel para receber vencedores de concursos e, finalmente, se converter numa suntuosa sala de jantar privada. Para os superfãs que aparecem, há muitos Mickeys escondidos, espalhados por toda parte como ovos de Páscoa.
Quem chega hoje à 21 Royal é recebido por mordomos com bandejas carregadas de coquetéis. Os hors d’oeuvres (aperitivos) são servidos na sala de estar, enquanto os hóspedes passeiam pelo lugar. Projetada num estilo do século 19, com muito reflexo e grandeza, a suíte em si é encantadora. Logo depois, todos são conduzidos à sala de jantar — a refeição está prestes a começar.
Um menu composto de sete pratos é remodelado diariamente por Andrew Sutton, chef que passou sete anos no premiado Auberge du Soleil, em Napa Valley. A 21 Royal descreve a experiência do jantar feito por Sutton como uma “tapeçaria de pratos imaginativos”. Quem provou da experiência já desfrutou de sopa de frutos do mar, de faisão ao curry, carne de wagyu e caranguejo do Alasca. Cada prato é acompanhado por um vinho selecionado pelo sommelier Matt Ellingson, que trabalhou com Wolfgang Puck, renomado chef austríaco agraciado com um Emmy em 2002 por seu programa de gastronomia na televisão.
No verdadeiro estilo Disney, cada prato é servido com uma dose de inspiração e um visual glamouroso. O jantar acaba a tempo de se assistir ao “Fantasmic!”, o famoso espetáculo de fogos de artifício da Disneyland. A varanda do Dream Suite oferece a melhor vista do show, um modo perfeito de encerrar a noite de conto de fadas.
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Por mais salgada que seja, a 21 Royal nem é a experiência mais cara da Disney. O Club 33, exclusivo para membros do parque, tem taxa de participação inicial entre US$ 25 mil e US$ 100 mil, com uma lista de espera de incríveis catorze anos. A 21 Royal, aliás, se encontra lotada várias noites por semana, o que é uma indicação clara de que o negócio funciona bem, obrigado.
Talvez não seja coincidência que a 21 Royal e o Club 33 sejam os únicos lugares da Disneylândia que servem bebidas alcoólicas. Afinal, como diria o próprio Walt, “a felicidade é um estado de espírito”.
Para ter chances de conseguir uma mesa na 21 Royal, se programe com antecedência: no primeiro dia de cada mês, a partir das 9h da manhã no horário da Califórnia, serão abertas as reservas para seis meses à frente. A próxima leva, para abril de 2019, estará disponível em 1º de outubro. Embora a 21 Royal não ofereça a experiência da Disney que você esperava — Mickey, Donald e Pateta não aparecem para abraçá-lo — não falta mágica no ar.