Para restaurantes de alto nível, o cardápio pode ser um verdadeiro trabalho artístico: a carta de intenções do estabelecimento, a exposição do artesanato culinário que é desenvolvido nos seus bastidores. Mas, como acontece com toda criação, essa também está sujeita ao gosto alheio, que é subjetivo. Nem sempre é fácil abrir o menu de um restaurante e encontrar, digamos, inspiração para comer.
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Um restaurante nas Maldivas adicionou um ingrediente raro à experiência gourmet. Como resposta inovadora à autocracia do cardápio ditado, o Aragu, casa de assinatura do ultra exclusivo e incrivelmente requintado resort Velaa Private Island, criou um atendimento personalizado, baseado nos gostos pessoais de cada cliente.
Funciona da seguinte forma: os clientes selecionam quatro ou cinco itens de uma lista simples, composta de cerca de dezesseis ingredientes sustentáveis e de qualidade do mundo todo, desde produtos locais (lagosta das Maldivas; coco da ilha; ou peixe de um recife) aos estrangeiros (truta do mar da Tasmânia; frango de Bresse; ou filé japonês S5 A5). Em seguida, o elogiado chef Gaushan de Silva, que já trabalhou no Noma e para a família real da Jordânia, elabora um menu sob medida com base na seleção realizada. “Muitos dos nossos clientes queriam empreender uma jornada por sabores variados em pratos diferentes, então decidimos criar essa viagem no Aragu”, diz Gaushan.
Os ingredientes são provenientes de uma vasta e excepcional rede de fornecedores. “Eu me dou ao luxo de importar quase todo tipo de produto, de qualquer lugar do planeta. A maioria dos hotéis não tem essa regalia”, diz o chef.
É claro que estar na remota Maldivas também representa alguns desafios. “Em um país como as Maldivas, onde poucos produtos são cultivados, administrar um resort com um restaurante requintado não é uma tarefa fácil. É preciso escolher com cuidado os ingredientes, comprá-los pelo mundo e, no final, convertê-los em um menu. Manter os alimentos frescos, sem deixar que percam o sabor real, é um dos maiores desafios.”
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Ter consciência desse desafio só faz o trabalho do chef Gaushan parecer ainda mais impressionante. A oferta gastronômica do resort é inigualável. Ao lado de Aragu, esse paraíso intocado também inclui Tavaru, Teppanyaki, uma churrascaria de dar água na boca que compartilha o mesmo espaço da adega de vinhos da ilha, e Athiri, o estabelecimento que serve pratos divinos de todo o mundo, o dia todo.
Anunciado como um resort construído “por um bilionário, para bilionários”, Velaa Private Island tem luxos exagerados, como um submarino privado, a maior coleção de vinhos da região, com mais de 500 caixas; uma villa sobre a água acessível apenas por barco, e uma espantosa sala de neve no Spa My Blend by Clarins.
“A melhor coisa sobre viver e trabalhar nas Maldivas, cercado pelo Oceano Índico, é que este é um lugar inspirador”, diz o chef Gaushan. “A natureza surpreendente, a riqueza do mar… é como viver em um paraíso que você não sabia que existia. A maioria dos chefs deseja esse luxo. Tive a sorte de ter a oportunidade.”
O que mais Gaushan pode querer? “Ser reconhecido pelo Michelin”, diz o chef Gaushan, que, na praia, sonha com as estrelas do famoso guia gastronômico.