A crise do coronavírus virou o mundo de cabeça para baixo. Quarentena, isolamento, toque de recolher e fechamento completo do comércio são realidade na maioria dos grandes estados do planeta. Presenciar pontos turísticos antes tão movimentados agora vazios pelo medo e pelo risco da disseminação de um novo vírus nos remete à uma visão quase cinematográfica de ficção.
Muita gente só viu a terra “parar” dessa maneira nos filmes, séries e livros distópicos, que apresentam um estado imaginário em que se vive sob condições extremas de opressão, desespero ou privação. Intimamente conectadas à sociedade atual, as distopias sempre foram vistas como realidades distantes, mas parecem ter se aproximado um pouco mais do presente com os últimos acontecimentos.
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Não se desespere. Embora o pavor seja um sentimento constante na pandemia atual, não estamos vivendo o apocalipse, assim como muitas ficções retratam. Crias de obras como “1984” e “Admirável Mundo Novo”, as produções distópicas apresentam uma sociedade extremamente problemática, em seu nível mais avançado de medo, autoritarismo e caos.
Em séries como “The Walking Dead”, nos deparamos com um apocalipse zumbi que destrói a humanidade, enquanto em “The Handmaid’s Tale” o controle sobre o corpo das mulheres cria um sistema essencialmente cruel e desumano em busca da fertilidade. Talvez programas como esses possam nos lembrar da realidade atual, mas também podem trazer um pouco de conforto, já que não passam de ficção.
Com isso em mente, programações sobre o assunto podem ser um ótimo entretenimento para o momento de isolamento social. Fique em casa e escolha, na galeria abaixo, algumas das 10 séries televisivas distópicas que escolhemos para acompanhar em sistemas de streaming como Netflix e Amazon Prime:
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Divulgação “Black Mirror”
Criada por Charlie Brooker, a série britânica de 2011 já está na quinta temporada e pode ser encontrada na Netflix. Com episódios autônomos e elencos, cenários e realidades diferentes, a estrutura do programa é centrada em temas obscuros e irônicos que satirizam a sociedade moderna e suas inovações. A ficção científica busca mostrar as problemáticas de questões como a dependência tecnológica e as relações humanas.
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Divulgação “The Handmaid’s Tale”
A série é uma uma adaptação da obra literária de 1985, “O Conto de Aia”, de Magaret Atwood. Atualmente na terceira temporada, a produção foi lançada em 2017 e está disponível na Globo Play. Na distopia, as taxas de fertilidade caem em todo o mundo, fazendo com que o governo totalitário da “República de Gileade” se organize para recrutar mulheres férteis e repopular de forma abusiva e violenta a nação. As chamadas “aias” são designadas a líderes políticos, a quem devem se submeter a engravidar de forma quase industrial.
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Divulgação “Westworld”
Baseada no filme de mesmo nome de 1973, escrito e dirigido pelo norte-americano Michael Crichton, a série da HBO já está na terceira temporada e conta com muitas críticas positivas da audiência. Desenvolvida por Jonathan Nolan e Lisa Joy, a ficção científica se passa em Westworld, um parque temático tecnológico que simula o Velho Oeste e é povoado pelos “anfitriões”, androides que atendem os visitantes. Sem regras ou leis, o local pode parecer um perfeito paraíso, mas tudo muda quando os anfitriões começam a alcançar a autoconsciência.
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Divulgação “Years and Years”
O drama produzido em colaboração entre a BBC e a HBO foi lançado em 2019, escrito por Russel T. Davies. Com uma trama ligada fortemente ao cotidiano, a minissérie de seis episódios segue a família britânica Lyons em seus conflitos familiares e pessoais durante 15 anos, enquanto a Grã-Bretanha é abalada por avanços políticos, econômicos e tecnológicos, tudo de forma muito instável. Talvez seja o roteiro mais próximo da nossa realidade, visto que não apresenta uma situação de completo deslocamento com a atualidade.
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Divulgação “The Twilight Zone”
Conhecida como “Além da Imaginação” no Brasil, a obra é uma das precursoras dos programas televisivos de ficção científica. Inspiração para séries famosas como “Black Mirror”, foi lançado pela primeira vez em 1959, com criação de Rod Serling, direção de Stuart Rosenberg e distribuição das cinco temporadas pela CBS. Porém, ao longo de sua história, diversas temporadas e continuações se seguiram, inclusive o último revival de 2019, que conta com 10 episódios e é exibido pela Amazon Prime. Com histórias que misturam horror, ficção científica, drama e comédia, “The Twillight Zone” frequentemente utiliza da distopia como um veículo para expor o comportamento social e político da época.
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Divulgação “The Walking Dead”
Uma das histórias mais conhecidas sobre apocalipse zumbi, “The Walking Dead” não pode ser esquecido quando se trata de distopia. Quer algo mais distópico do que uma invasão de seres semi-mortos?
Desenvolvida por Frank Darabont e baseada na série em quadrinhos de mesmo nome, escrita por Robert Kirkman, Tony Moore e Charlie Adlard, o programa foi lançado em 2010 e conta com 10 temporadas. Pode ser assistido em dois streamings – Amazon Prime e Globo Play. Tudo começa quando Rick Grimes (Andrew Lincoln) acorda de um coma e percebe que o mundo não é mais o mesmo. Em busca de sua família, encontra vários outros sobreviventes perdidos e confusos, com quem forma um grupo. No decorrer da trama, a dificuldade da vida dos personagens ultrapassa a questão dos zumbis, com graves problemas sociais e de convivência humana.
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Divulgação “3%”
A produção brasileira da Netflix representa bem o ingresso do país no mundo das séries televisivas de ficção científica. O programa que já conta com três temporadas foi lançado em 2016, desenvolvido por Pedro Aguilera. A representação de um mundo pós-apocalíptico mostra um sistema em que a maior parte da população vive em miséria, no Continente, e apenas uma vez na vida tem a oportunidade de passar por um processo de seleção concorrido para se muda para o Maralto, onde há oportunidade de vida digna. Na realidade, concorrido é pouco para definir a situação: apenas 3% dos candidatos são aprovados, com testes extremos em provas físicas e psicológicas.
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Divulgação “The Man in the High Castle”
Lançada em 2015 pela Amazon Prime, a série já possui quatro temporadas e foi criada por Frank Spotnitz. A trama mostra uma sociedade paralela marcada pela vitória dos nazistas sobre os Aliados, fazendo com os Estados Unidos se tornasse um território essencial para o Grande Reich. A história se passa em 1962 e segue personagens que se conhecem quando entram em contato com noticiários e filmes caseiros que mostram a Alemanha perdendo a guerra – o que faz com eles contestem a realidade em que vivem.
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Divulgação “The Rain”
A série dinamarquesa de 2018 talvez tenha o tema mais próximo da atual pandemia que estamos vivendo. A ficção científica pós-apocalíptica criada por Jannik Tai Mosholt, Esben Toft Jacobsen e Christian Potalivo faz parte do catálogo da Netflix desde 2018 e já possui duas temporadas.
A trama ocorre quando um misterioso vírus transmitido pela chuva atinge a cidade da Escandinávia, na Dinamarca. A jovem Simone (Alba August) e seu Irmão, Rasmus (Lucas Lynggaaard) são levados a um bunker subterrâneo, construído pelo seu pai, que os deixa sozinhos ao mesmo tempo em que promete voltar assim que conseguir a cura para o vírus. Seis anos depois da catástrofe, os irmãos dinamarqueses que viveram e cresceram sem nenhum contato com outros seres humanos, têm contato novamente com o mundo real.
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Divulgação “The Leftlovers”
Com quatro temporadas, a série televisiva criada por Damon Lindelof e Tom Perrotta conta a história uma sociedade que foi surpreendida por um evento global chamado “Partida Repentina”, responsável pelo desaparecimento inexplicável e simultâneo de 140 milhões de pessoas, 2% da população mundial. Nesse contexto, questões como a possibilidade de um arrebatamento bíblico ou um evento sobrenatural inexplicável surgem, mexendo de forma agressiva com a cabeça dos personagens. Lançado em 2014, o programa pode ser assistido no streaming da HBO.
“Black Mirror”
Criada por Charlie Brooker, a série britânica de 2011 já está na quinta temporada e pode ser encontrada na Netflix. Com episódios autônomos e elencos, cenários e realidades diferentes, a estrutura do programa é centrada em temas obscuros e irônicos que satirizam a sociedade moderna e suas inovações. A ficção científica busca mostrar as problemáticas de questões como a dependência tecnológica e as relações humanas.
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