Quando a Kopenhagen foi vendida, em 1996, Chantal e Gregory ainda eram crianças. Herdeiros, eles não chegaram a acompanhar o dia a dia da empresa, fundada em 1928 por seus bisavós, que imigraram da Letônia para o Brasil e investiram na produção caseira de marzipan.
Duas décadas depois de a marca deixar a família – atualmente, a Kopenhagen faz parte do Grupo CRM, de Celso Ricardo de Moraes – , os irmãos decidiram retomar o relacionamento com o chocolate, sob comando do pai Paulo Goldfinger, escrevendo um novo capítulo dessa história: a GoldKo.
Para Chantal e Gregory Goldfinger, o chocolate sempre esteve presente nos melhores momentos, ocupando um lugar de destaque na memória afetiva de suas vidas. No entanto, ao longo dos anos, eles perceberam que o produto estava constantemente conectado a um sentimento de culpa. Quem nunca ouviu ou até mesmo disse que só poderia consumi-lo aos fins de semana? Ou então, que precisaria compensar o consumo na academia depois? “O cacau é um superalimento, não faz sentido ser atrelado a algo ruim. O problema é a indústria, que o transformou em algo muito gorduroso. Não podemos olhar para um produto e relacionar com culpa porque comida é prazer. E hoje, comer saudável não precisa mais significar comer chato ou comer sem prazer”, diz Chantal, cofundadora e diretora de comunicação da GoldKo.
Durante três anos, a dupla desenvolveu a fórmula para entregar um chocolate sem adição de açúcar que não perdesse a experiência sensorial e afetiva, investindo em insumos importados. “Não toleramos retrossabor. A comida é emocional e o chocolate é um abraço em forma de alimento, então não pode deixar um gosto atravessado”, explica Chantal. O maior desafio no início era romper a barreira da experimentação e convencer os potenciais consumidores de que o produto era saudável e saboroso ao mesmo tempo. Para isso, investiu-se muito em ações de degustação em supermercados, eventos e feiras de negócios, de forma que o chocolate fosse apresentado – e experimentado – pelo público. “O produto é o nosso maior outdoor. Quando provam o nosso chocolate pela primeira vez, a reação é instantânea e todo mundo quer saber se é realmente zero”, conta a empreendedora.
A educação do consumidor também foi pensada no momento de criação das embalagens: coloridas e divertidas, elas se destacam nas prateleiras. Para a GoldKo, era essencial se afastar das cores normalmente usadas por produtos zero açúcar para fugir da ideia de sóbrio e sério, mostrando que escolher um produto saudável também pode ser uma atitude cheia de leveza.
A GoldKo estreou apostando no varejo tradicional, vendendo em mercados, farmácias e lojas de produtos naturais. A ideia era estar presente no maior número possível de pontos de venda, para que o produto fosse acessível e entrasse na rotina dos consumidores. Atualmente, ocupa as prateleiras de mais de 5.000 lojas em todo o Brasil. Com a pandemia do coronavírus, o projeto do e-commerce foi acelerado, com o lançamento da loja virtual própria. No ano passado, a empresa apresentou um crescimento de 56% comparado a 2019 e as metas são de dobrar esse número em 2021.
Parte da estratégia para conquistar essa ambiciosa meta está na abertura da primeira loja física da marca, no Shopping Eldorado, em São Paulo. Ali, os clientes poderão consumir a linha de produtos, incluindo o mais vendido – o marshmallow sem açúcar – e os tabletes veganos com chocolates de 47% cacau ao leite de arroz, 60% cacau ao leite de coco, 70% cacau com avelã e 80% cacau, além dos blends exclusivos de café. “A ideia é tangibilizar tudo que temos apresentado até agora, transportando para o ambiente físico o que vendemos nas nossas redes sociais e e-commerce, o nosso DNA”, finaliza Chantal.
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