Já dizia o escritor e dramaturgo irlandês Oscar Wilde (1894-1900): “Amar a si mesmo é o começo de um romance par toda a vida”. Essa frase vem ao caso – nesta edição tão especial das Mulheres de Sucesso, porque não imagino nenhuma possibilidade de empoderamento feminino que não passe pelo caminho do amor-próprio. Da autoestima. Do autocuidado. Não digo isso apenas em relação à estética, à aceitação do corpo ou rosto, a ter uma relação bacana com o espelho. Essas palavras têm significados maiores e dizem respeito à forma como nos percebemos e reconhecemos nossas habilidades, valores, capacidades e potencial. O amor-próprio nos dá autonomia. Liberdade. Segurança. Poder de decisão sobre as nossas vidas.
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Trazendo, agora, a discussão para o mundo da dermatologia, percebo duas coisas muito importantes. Primeiro: uma mulher empoderada sofre menos a pressão por um padrão estético inatingível. É aquela mulher que se cuida, se preocupa com a saúde e com se sentir bem, mas não é refém da beleza a qualquer custo e sem limites. Os procedimentos estéticos são grandes aliados na busca pela sua melhor versão, porém, sempre preservando sua autenticidade e naturalidade.
Na prática, ela recorre ao botox, por exemplo, levando em conta a quantidade do produto e a técnica do profissional em questão, no intuito de obter uma face naturalmente mais jovem, descansada, mas sem aquele aspecto congelado. Acredita na prevenção e se preocupa mais em ter uma pele saudável e naturalmente mais bonita, através do uso da tecnologia, como os lasers, do que com a remoção das rugas. Também é fã do preenchimento, não para uma harmonização facial, mas como forma de sustentação, resultando em um efeito lifting supernatural.
Segundo: a mulher que se ama é aquela que se cuida para ela mesma. Ela não pretende, e nem precisa, agradar o namorado, o marido, a amiga, ou a sociedade. É uma questão de autocuidado. De autoamor. Ela tem autonomia para decidir, inclusive, como quer envelhecer. E, nesse sentido, a dermatologia pode ajudar muito no tratamento e na prevenção ao envelhecimento, buscando valorizar o natural, o envelhecer bem, de uma forma mais lenta. Na prática, ela segue à risca o protocolo recomendado por seu dermatologista de confiança, tanto em relação à sua rotina de skincare quanto aos procedimentos dermatológicos, que, através da tecnologia são capazes de tratar a saúde da pele, promovendo sua regeneração completa, com estímulo de colágeno novo e reversão do afinamento da derme.
Nesse mundo narcisista e de tanta exposição, em que vemos “corpos perfeitos” e “rostos padronizados”, é um verdadeiro ato de coragem assumir nossas imperfeições e vulnerabilidades – o que está bem relatado no livro “A Coragem de Ser Imperfeito”, da norte-americana Brené Brown. De fato, não conheço nada mais poderoso do que uma mulher que se orgulha de ser ela mesma, buscando ser sempre sua melhor versão, assumindo os riscos e se levantando a cada queda.
Dra. Letícia Nanci é médica do Hospital Sírio-Libanês, médica responsável pela Clínica Dermatológica Letícia Nanci; membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD); da American Academy of Dermatology (AAD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD).
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Artigo publicado na edição 94 da revista Forbes, de fevereiro de 2022.