Ao virar Forbes Under 30 em 2022 por sua ascensão no golfe, o brasileiro Fred Biondi fez uma previsão para 2023: “Tenho a meta de terminar meu ciclo amador em top 5 no PGA University, pois isso me dará a oportunidade de jogar torneios profissionais”, afirmou à época, aos 22 anos. Dito e feito.
O paulistano, que mora na Flórida desde os 14, acaba de encerrar sua carreira universitária como o sexto melhor golfista amador do mundo e o segundo no ranking da PGA University graças aos títulos individual e por equipes da NCAA, entidade que rege o esporte universitário nos EUA. Esses resultados na mesma temporada, dignos de ícones como Tiger Woods e Phil Mickelson, garantiram a Biondi acesso ao circuito profissional.
Neste ano, ele será o primeiro brasileiro a jogar o Masters de Augusta, além de participar do Korn Ferry Golf Tour, do PGA Tour e do U.S. Open Golf Championship 2024, um dos eventos mais esperados no circuito profissional.
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A trajetória de Biondi no golfe teve largada quando ele tinha só 3 anos. “Comecei em São Carlos, onde meu avô tinha um campo de 11 buracos, mas só pensei em viver do esporte ao entrar no college (universidade). Graças ao golfe, ingressei na University of Florida”, afirma.
Depois do título do NCAA, Fred Biondi conversou com a Forbes Brasil sobre seus próximos passos, a expectativa para a carreira profissional e sua relação com o esporte. Veja a seguir:
Qual você avalia ser seu grande mérito nas suas conquistas recentes? Estava esperando por tudo isso?
A maior conquista que eu já tive foi o torneio NCAA, tanto o individual quanto o em grupo. Foi ele que me deu a maior disposição e é o maior título da minha carreira por enquanto.
Qual a expectativa para os torneios profissionais?
É muito alta. Sempre me coloquei uma expectativa mais alta porque acho que isso me ajuda a jogar bem e ganhar. Se eu não tivesse nenhuma expectativa, não estaria na posição que estou agora. Sei que os torneios profissionais que vou jogar são muito difíceis, mas preciso focar em mim mesmo, e não nos outros, e tentar dar o meu melhor. Isso significa muito para mim.
Como é o seu dia a dia de treinos e como ele vai mudar com a chegada ao circuito profissional?
A minha rotina ultimamente tinha sido de bastante treinos na faculdade, na Flórida, onde eu estava morando. Treinava lá todos os dias. Acordava de manhã, treinava na academia por uma hora e depois ia para o campo para praticar várias partes do golfe. Não só jogando, mas como batendo bola, treinando partes, fazendo várias outras coisas. Mas essa rotina vai mudar um pouco agora jogando profissionalmente, porque a gente viaja bastante e fica muito em hotel. Então será um pouco difícil de fazer algumas coisas que eu fazia antes, mas vou me adaptar e fazer o melhor possível.
Chegar ao profissional com esse currículo e idade aumenta a pressão? Como trabalhar o psicológico para enfrentar esse novo desafio?
Chegar ao profissional agora não aumenta muito a pressão. Joguei golfe e competi a minha vida inteira, então continuo vendo os próximos campeonatos como um torneio. Estou treinando e tentando melhorar o meu jogo. É lógico que existe uma pressão vinda de fora, mas mesmo assim eu não me deixo senti-la demais. Vou dar o meu melhor e ver o que acontece. Tudo isso cuidando da minha cabeça com o coach mental que tenho ao meu lado há um tempo.
Qual é o seu foco de evolução neste momento? O que você vê como a próxima evolução do seu golfe?
Meu foco agora é continuar treinando, tentando evoluir várias partes no jogo. Não só as que todo mundo vê, que são as partes físicas de como eu bato o meu drive e meus ferros, mas também a parte mental e o meu corpo. Quero aumentar de peso, os músculos, para ficar mais forte, porque isso vai me ajudar no futuro.
Que dicas você daria para jovens como você, que gostariam de entrar no golfe de alta performance?
A melhor dica que eu posso dar é focar no esporte e treinar bastante, sem deixar fatores externos te atrapalharem. E sempre ser muito confiante em você mesmo. Nem tudo vai dar certo o tempo todo, mas se você confiar em quem você é, vai ter uma luz no fim do túnel.
Você acompanha alguma outra modalidade esportiva? Tem um time do coração?
Eu sou palmeirense desde pequeno. Meu avô é palmeirense roxo, então desde sempre vejo muito os jogos de futebol com ele. Também gosto de carros, assisto muito à Fórmula 1.