No último sábado (14), a nona temporada da Fórmula E começou na Cidade do México com uma nova geração de carros elétricos. Chamados de Gen3, estão mais leves, potentes e rápidos. De acordo com a organização, cerca de 40 mil pessoas preencheram as arquibancadas do Autódromo Hermanos Rodriguez.
As 11 equipes e os 22 pilotos do Campeonato Mundial ABB FIA Formula E tiveram testes privados e três dias juntos em Valência para aumentar a quilometragem e se familiarizar com o novo carro.
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Capaz de atingir uma velocidade máxima de 322 km/h, é 53 kg mais leve e agora montado sobre um chassi menor, otimizado para corridas de rua. O trem de força agora possui duas partes, sendo que o dianteiro adiciona 250 kW enquanto mais 350 kW são gerados na traseira, mais do que dobrando a capacidade regenerativa do carro em relação ao seu antecessor, o Gen2, chegando a 600 kW, com mais de 40% da energia usada na corrida regenerada durante a frenagem.
McLaren e Maserati estreiam
Foi um período de entressafra movimentado, pois todas as equipes manobraram para o início da era Gen3 em uma boa posição. Apenas uma equipe manteve a mesma formação de pilotos que terminou na temporada passada.
A DS Automobiles fez parceria com a Penske Autosport, contratando dois dos maiores nomes do grid para iniciar sua campanha na nona temporada: o atual campeão Stoffel Vandoorne e o único bicampeão da Fórmula E Jean-Éric Vergne vão pilotar pela equipe DS PENSKE. A dupla registrou o segundo e o terceiro tempos mais rápidos, respectivamente, nos testes.
Dois nomes icônicos do automobilismo mundial – McLaren e Maserati – se alinham no grid da Fórmula E pela primeira vez nesta temporada.
O primeiro está entre os maiores nomes do automobilismo, com 20 títulos do Campeonato Mundial de Fórmula 1, 180 vitórias em Grandes Prêmios e três vitórias nas 500 milhas de Indianápolis, além de uma vitória nas 24 Horas de Le Mans na primeira tentativa.
René Rast, múltiplo campeão do DTM e ex-piloto da Fórmula E pela Audi, competirá na Neom McLaren Formula E Team ao lado de Jake Hughes, que impressionou nos testes de pré-temporada ao registrar o quarto tempo mais rápido da semana.
Em parceria com a MSG Racing, a Maserati marca seu retorno à competição de monolugares pela primeira vez em mais de 60 anos e deve se tornar a primeira marca italiana a competir na F-E.
Tanto a Maserati quanto a McLaren citaram a Fórmula E como chave para seus programas de desenvolvimento de veículos elétricos de rua.
A rica herança automobilística da Maserati é evidente ao longo de seu retorno às corridas: lançado nas ruas de Modena, sua cidade natal italiana, na icônica cor azul, o Maserati Tipo Folgore é uma homenagem ao primeiro carro de corrida da marca do tridente, o Tipo 26.
A Maserati MSG Racing terá o retorno de Edoardo Mortara, que após ter tido a sua melhor campanha na Fórmula E com quatro vitórias entre seis pódios na temporada passada, terá ao seu lado um novo companheiro de equipe, Maximilian Guenther. Foi um começo forte para a equipe em Valência, onde Guenther liderou cinco das sete sessões cronometradas e estabeleceu o ritmo de referência na Espanha em um terceiro teste oficial da Fórmula E.
A Jaguar TCS Racing é a única equipe no grid a ter uma formação de pilotos inalterada. Mitch Evans estava em busca de seu primeiro título de campeão mundial de Fórmula E até o último fim de semana da temporada passada, terminando com o vice-campeonato.
Do outro lado da garagem, o companheiro de equipe Sam Bird estava frustrado com uma lesão que o impediu de participar das duas últimas corridas da temporada – números 99 e 100 na história da Fórmula E – deixando Lucas di Grassi se tornar o único piloto a alcançar a façanha de sempre estar presente nos grids da categoria de carros elétricos.
André Lotterer se junta a Jake Dennis na equipe de Fórmula E Avalanche Andretti, movida com o powertrain da Porsche, enquanto o campeão da 6ª temporada, António Félix Da Costa, fará parceria com Pascal Wehrlein na equipe de Fórmula E da TAG Heuer Porsche.
Nick Cassidy permanece na Envision Racing, onde se juntou ao piloto de longa data da Nissan e campeão da segunda temporada, Sébastien Buemi.
A saída de Buemi significa que a Nissan Formula E Team também tem uma formação totalmente renovada com Norman Nato e Sacha Fenestraz, que substituíram Antonio Giovinazzi em Seul na última corrida da 8ª temporada.
A Mahindra Racing dá as boas-vindas ao ‘Mr 100’ e campeão da terceira temporada, Lucas di Grassi, que será parceiro de Oliver Rowland.
A NIO 333 Racing manteve Dan Ticktum, que fará parceria com Sérgio Sette Câmara, que teve desempenhos impressionantes no ano passado pela DRAGON/PENSKE AUTOSPORT, enquanto Robins Frijns e Nico Mueller competirão pela nova ABT CUPRA Formula E Team.
Novo regulamento
Juntamente com a tecnologia revolucionária na pista, os regulamentos esportivos da Fórmula E passaram por atualizações alinhadas à era Gen3. Um total de volta substituirá o tempo na definição da distância da corrida, com voltas extras sendo adicionadas para as interrupções do Safety Car e Full Course Yellow durante a corrida.
A Hankook Tire torna-se o parceiro técnico exclusivo e fornecedor de pneus – o iON Race, que na Fórmula E é usado tanto em pista seca quanto molhada e tem 30% dos compostos feitos de materiais sustentáveis – do Campeonato Mundial ABB FIA Formula E a partir desta temporada.