Preocupações acerca da iminente avalanche de elétricos chineses invadindo a Europa dão o tom no Salão de Munique (Alemanha), que segue até o próximo domingo (10).
Veja galeria de fotos do VW ID.4:
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Foto: divulgação Primeiro elétrico da VW no Brasil só pode ser alugado por R$ 9.990 mensais
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Foto: divulgação Números da Volkswagen indicam aceleração até os 100 km/h em 8,5 segundos
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Foto: divulgação Com 4,58 m de comprimento, 2,76 de entre-eixos e 1,85 de largura…
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Foto: divulgação …SUV parece bem maior do que de fato é
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Foto: divulgação Plataforma MEB (Modular electric drive matrix) é exclusiva para os elétricos
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Foto: divulgação Conjunto de baterias é alojado no assoalho; motor vai sobre o eixo
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Foto: divulgação SUV carrega a responsabilidade de propagar a eletrificação da Volkswagen
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Foto: divulgação Modelo é oferecido apenas nas cores Azul Dusk e Cinza Moonstone
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Foto: divulgação Painel de instrumentos digital tem 5,3 polegadas e central multimídia, 10
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Foto: divulgação Interior oferece espaço e acabamento caprichado
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Foto: divulgação Seletor de marchas vai na coluna de direção
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Foto: divulgação Porta-malas comporta ótimos 543 litros
Primeiro elétrico da VW no Brasil só pode ser alugado por R$ 9.990 mensais
Isso porque 8% dos novos veículos elétricos vendidos naquele continente neste ano foram fabricados por marcas chinesas, em comparação com 6% no ano passado e 4% em 2021. O levantamento é da consultoria automotiva Inovev.
Contudo, Oliver Blume, CEO da Volkswagen, garantiu: “estamos preparados para a eliminação da combustão em 2035 na Europa”. Que a montadora produz competentes veículos elétricos já se sabe. Nas entrelinhas, o recado é que a empresa também os venderá por preços competitivos.
Daí a importância do ID.4: mais do que o hatch ID.3, a van ID.Buzz ou o sedã ID.7 o primeiro SUV elétrico da marca carrega a responsabilidade de propagar a eletrificação da Volkswagen e conter o avanço de rivais (não apenas, mas principalmente) chineses nos principais mercados do mundo, como EUA, Europa e…China.
“Estamos ampliando nossa plataforma MEB e criando a base econômica para o sucesso da família (de elétricos) ID. Ao mesmo tempo, o ID.4 reúne dois objetivos importantes da nossa estratégia Transform 2025+: a ofensiva elétrica e a ofensiva de SUVs da marca, ambas combinadas num único veículo”, dissera Ralf Brandstätter, então CEO da marca, no lançamento do modelo, há três anos.
Carro do ano em 2021 pelo World Car Awards, o ID.4 desembarca agora no Brasil.
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Não vendo, só alugo
Na primeira tentativa de vender um carro eletrificado no mercado nacional, em 2019, a VW escolheu o Golf GTE. Híbrido, acelerava como esportivo (0 a 100 km/h em 7,6 segundos), bebia menos do que carro popular (até 66 km/l, segundo dados do fabricante), era bom de guiar, confortável, bem equipado e ainda trazia um charmoso banco xadrez.
Vendido por R$ 199.990, encalhou e parte do único lote importado, de 100 unidades, foi empurrado para uma locadora de veículos.
Diz a Volks que a experiência com o Golf GTE não interferiu na decisão de não comercializar o ID.4, apenas oferecê-lo no programa Sign & Drive – por 24 meses, serviços como manutenção, seguro, documentação, assistência 24 horas, gestão de multas e rastreador estão embutidos na mensalidade de R$ 9.990. Carregador wallbox de 7,4kW e blindagem são opcionais.
“Nossa proposta de assinatura – com serviços inclusos, sem preocupação do cliente com a revenda e contratável em poucos cliques na loja online do Sign & Drive – conversa muito bem com o cliente que experimentará esse começo da eletrificação da Volkswagen no Brasil”, justifica Rodrigo Capuruço CEO da Volkswagen Financial Services Brasil e América do Sul.
Mas o fato é que não fosse o Golf GTE a apresentar às concessionárias os caros e sofisticados equipamentos necessários para receber um carro eletrificado e os diagnósticos próprios dos elétricos e híbridos, o ID.4 pousaria na rede Volkswagen como uma espaçonave.
Como anda o ID.4
O ID.4 destoa dos demais produtos da Volkswagen à venda no Brasil em todos os aspectos. Visualmente, sobretudo. Com 4.584 mm de comprimento, 2.765 de entre-eixos, 1.618 de altura e 1.852 de largura, parece bem maior do que de fato é comparado ao Taos, até então o maior SUV da marca por aqui, que tem respectivamente 4.461, 2.680, 1.626 e 1.841 mm. No elétrico, traços mais angulosos substituem as tradicionais linhas retas da Volkswagen e a identidade ótica também é bem distinta.
Tais dimensões se refletem no interior, que oferece espaço generoso até mesmo para um quinto ocupante, aquele que na maioria dos carros normalmente vai espremido na posição central do banco traseiro. O porta-malas carrega ótimos 543 litros.
Como em todo Volkswagen moderno, a ergonomia é irretocável, com posicionamento correto do volante, dos comandos, dos pedais e do descanso para o pé esquerdo.
Painel de instrumentos digital de 5,3 polegadas conectado à coluna de direção e central multimídia de 10 polegadas embelezam o interior e funcionam bem no quesito leitura, mas irritam na funcionalidade: em quatro dias de convivência, não consegui zerar o hodômetro parcial e sintonizar manualmente determinada estação de rádio. O acabamento caprichado e as soluções de organização do espaço, com porta-objetos e porta-copos genuinamente funcionais, acabam desviando a atenção do motorista do insucesso em tarefas tão óbvias.
Acomodado em um banco largo, confortável e com a dádiva do extensor de assento, o condutor nem precisa ligar o motor de 204 cv e 31,6 kgfm de torque, acoplado ao eixo traseiro. Basta engatar a marcha no seletor acoplado no painel de instrumentos e tirar o pé do freio para o carro se movimentar.
E se movimenta bem, o ID.4. Números da Volkswagen indicam aceleração até os 100 km/h em 8,5 segundos, e a sensação na prática é de um carro desenvolto, com direção leve de manusear, que flui com naturalidade no tráfego e que protege os ocupantes do trânsito hostil de São Paulo. É preciso cuidado com os pneus de perfil baixo (235/45 R21 na frente e 255/40 R21 atrás), mas em asfalto liso as suspensões independentes nos dois eixos são bem competentes.
A bateria de 77 kWh garante até 520 km no ciclo global WLTP, ou 370 km no PBVE do Inmetro, ambos alcances bem satisfatórios.
Quanto à lista de equipamentos da versão Pro, única disponível, há desde sete airbags a piloto automático adaptativo, passando por ar-condicionado digital de três zonas, teto de vidro panorâmico e bancos dianteiros elétricos com memória e massagem.
E haja massagem em quem desembolsar quase R$ 240 mil por um carro tão bom e, depois de 24 meses, ter de devolvê-lo.