Depois de anos de queda nas vendas, o Jeep Renegade e o Fiat 500X foram oficialmente cancelados no mercado americano.
Ambos os SUVs, intimamente relacionados e construídos na mesma linha de produção em Melfi, Itália, fazem hora extra por lá. Em 2021, o sindicato da fábrica de Melfi, UILM (Unione Italiana Lavoratori Metalmeccanici), anunciou que a Stellantis iria reequipar a fábrica para a produção de carros elétricos a partir de 2024. Agora, essa linha de produção precisa ser liberada. Mas mesmo que isso não tivesse acontecido , esses designs antigos tornaram-se cada vez mais difíceis de vender em suas faixas de preço.
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Surpreendentemente, nenhum deles será substituído, pelo menos não aqui. Na Europa, o Jeep Avenger e o Fiat 600 assumirão o seu papel. Ambos os novos modelos são oferecidos como modelos movidos a gasolina ou totalmente elétricos (Avenger EV e 600e), mas não são destinados aos EUA.
Em vez disso, a Fiat adotará uma estratégia de modelo único em torno do 500e elétrico e o recentemente melhorado Jeep Compass se tornará o modelo básico da marca, partindo de US$ 29.995.
É um final bastante tranquilo para ambos os veículos, embora eles tenham histórico totalmente diferente com os consumidores. O Renegade estreou com muito alarde e grandes multidões no Salão Internacional do Automóvel de Nova York de 2014, enquanto o 500X apareceu na edição de 2015 do mesmo salão, porém com uma recepção mais fria.
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O Fiat sempre jogou com estilo e esportividade, enquanto o exterior “Tonka toy” do Jeep e a versão Trailhawk enfatizavam a robustez. Ambos pareciam perfeitamente sincronizados com a mudança dos consumidores para pequenos crossovers, e o 500X parecia que poderia ajudar a Fiat a ganhar alguma força com os consumidores norte-americanos. Não foi exatamente assim que funcionou.
Como indicaram as multidões nos salões do automóvel, o Renegade foi um grande sucesso no início, e a Jeep vendeu quase 370 mil deles em seus primeiros quatro anos. Em seu melhor ano, 2016, a Fiat movimentou apenas 13 mil unidades dos 500X na América, embora tenha alcançado vendas de seis dígitos na Europa naquele mesmo ano.
Parte do motivo? A pequena rede de revendedores da Fiat, o espaço traseiro para passageiros e carga restrito em ambos e um consumo de combustível medíocre com seus motores (opcionais) de quatro cilindros e 2,4 litros.
Ambas as marcas continuaram atualizando os crossovers em 2021, eventualmente adicionando modernos sistemas de infoentretenimento, equipamento de assistência ao motorista opcional e um motor opcional mais eficiente (um turbo de 1,3 litro da Fiat), mas então concorrentes mais novos, como o Hyundai Kona e o Mazda O CX-30, ambos com mais espaço e interiores mais agradáveis, estavam disponíveis por menos dinheiro.
A marca italiana tem estado quase invisível nos EUA desde que o 500X se tornou seu único modelo à venda por lá, com menos de 500 carros emplacados em 2022. As vendas do Renegade, por sua vez, caíram mais de 56% de 2020 a 2022 e caíram mais 35% este ano.
A queda foi tão significativa que durante o outono de 2022 houve grandes descontos na compra e na locação. Tanto o Renegade quanto o 500X são os veículos mais antigos em seu segmento e definitivamente fora do ritmo dos concorrentes mais novos.
Uma rápida pesquisa em listagens de carros novos, no entanto, revela milhares de Renegades à venda por muito menos e, em alguns casos, é possível adquirir um Renegade Latitude por menos de US$ 20 mil, pelo menos. Isso é menos verdadeiro no caso do 500X, mas, mesmo assim, também existem centenas deles nos lotes dos revendedores.
Agora que ambos os veículos estão oficialmente de saída, espere descontos ainda maiores.
*Alex Kwanten trabalhou na mídia automotiva, aeronáutica e marítima por mais de uma década e escreveu sobre compra, venda e manutenção de carros para várias publicações do setor, incluindo Automotive News e Wards Auto. Também escreve sobre clássicos e adora contar as histórias das pessoas, tendências e cultura por trás deles. É um entusiasta de longa data de modelos da Fiat e da MG. Está no Instagram como @oldmotors e no Twitter como @SportZagato.
(Traduzido por Rodrigo Mora)