Spirit of Ecstasy: dirigimos o Spectre, primeiro Rolls-Royce elétrico da história

Foto: divulgação

Dirigir pelo Vale do Fogo, em Nevada (EUA), transforma-se em uma aventura épica ao volante do Spectre

Dirigir pelo Vale do Fogo, em Nevada (EUA), transforma-se em uma aventura épica ao volante do novo Rolls-Royce Spectre, um veículo que redefine os padrões de luxo e emoção. Nessa inesquecível experiência, o céu azul vibrante e a amena temperatura outonal prepararam o cenário ideal para uma magnífica jornada automobilística.

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O Spectre é um triunfo de engenharia e design. Suas linhas elegantes, a imponente grade frontal e o icônico ornamento “Spirit of Ecstasy”, agora mais aerodinâmico, são a personificação da evolução da marca. O veículo não é apenas um espetáculo visual, mas também um colosso de desempenho e conforto, ideal para explorar as paisagens deslumbrantes da América.

Veja fotos do Rolls-Royce Spectre:

Primeiro carro totalmente elétrico da Rolls-Royce e o quarto baseado na plataforma modular e de alumínio Architecture of Luxury, está, segundo a empresa, mais para um sucessor espiritual do Phantom do que do Wraith. Nas palavras da marca, é o Rolls-Royce que muda tudo.

Na frieza dos números, são 5,48 metros de comprimento, 3,21 de entre-eixos e 2,02 metros de largura, o equivalente a uma picape média. Dois motores elétricos, um sobre o eixo dianteiro de 258 cv e outro montado no traseiro, com 489 cv, garantem tração nas quatro rodas. Combinados, somam 576 cv e colossais 92 kgfm de torque. Apesar do tamanho e dos 2.890 quilos, impressiona ao romper os 100 km/h em apenas 4,4 segundos.

Medo de ficar sem combustível para chegar aonde se quer é algo que sempre existiu, mas só ganhou um termo para chamar de seu com a proliferação do uso de veículos elétricos. Daí a preocupação da Rolls-Royce com a chamada “range anxiety”. Após interagir com os clientes, a fabricante conseguiu entregar ao Spectre uma autonomia de 530 quilômetros.

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Considerando que os clientes da marca têm em média mais de sete carros na garagem para escolher um para cada ocasião e que dirigem cerca de 5.100 quilômetros por ano com seu Rolls-Royce, o Spectre promete se adaptar perfeitamente ao estilo de vida de seus proprietários. Isso graças a uma bateria grande, de 102 kWh.

Como um cupê Rolls-Royce, a tradição determina que ele tenha, além de um longo capô, uma grade proeminente mesmo que nenhum ar passe por ela, pois não há necessidade de refrigeração. As portas, de 1,5 metro, são as mais longas já instaladas em um Rolls moderno. Ainda assim, seu coeficiente aerodinâmico de 0,25 é surpreendente.

A suspensão é uma evolução da configuração do Ghost, com molas pneumáticas e barras estabilizadoras ativas. No entanto, os amortecedores superiores em forma de triângulo, que eram uma característica do Ghost, estabilizando os movimentos laterais do corpo, foram considerados desnecessários devido a um aumento de 30% na rigidez torcional.

Na cabine, o luxo que se espera de uma marca que carrega essa tradição há quase 120 anos: assentos amplos de couro macio e tapetes grossos de lã, interruptores de metal real e aquela sensação de isolamento do mundo externo que só um Rolls-Royce consegue entregar. E o espaço é excelente para quatro adultos, mesmo se tratando de um cupê.

Céu dourado, beleza natural

Como alguém que cresceu na Amazônia, fiquei maravilhado com o Vale do Fogo, com suas formações de arenito vermelho. O contraste entre a sofisticação do Spectre e a rusticidade do deserto é notável. O carro proporciona uma condução suave e um manuseio exímio, tornando a navegação pelas curvas do vale um prazer. Ao cair da tarde, o céu dourado adicionou uma camada de dramaticidade à cena.

O Spectre se destaca no Vale do Fogo pelo seu silêncio. A ausência de ruído do motor realça a serenidade do deserto, permitindo uma imersão total na natureza. Autonomia não lhe falta para explorarmos tantas paisagens exóticas.

O design do Spectre reflete o compromisso da Rolls-Royce com a inovação e a artesania. A grade iluminada, a maior já feita pela marca, irradia elegância no crepúsculo do deserto. Tecnologicamente, é uma obra-prima, com uma complexidade sem precedentes e sistemas avançados de assistência ao motorista.

O aplicativo Whispers aumenta a experiência do usuário, proporcionando controle e conveniência excepcionais. O interior em couro imaculado exemplifica a habilidade artesanal da Rolls-Royce, prometendo envelhecer com elegância.

Em resumo, o Rolls-Royce Spectre é mais do que um carro; é um ícone de luxo, potência e inovação tecnológica. Como o primeiro cupê elétrico ultraluxuoso do mundo, oferece uma experiência de condução sem paralelo, acentuada pelo magnífico Vale do Fogo. Essa jornada no Spectre é uma exploração do futuro da excelência automotiva de luxo, imersa na estonteante beleza natural.

Concours d’Elegance

Uma experiência como essa não poderia ser coroada de outra maneira: um concurso de elegância com 280 carros – entre clássicos e superesportivos – no Wynn Golf Club. Dois deles receberam o tradicional prêmio “Best of Show”, enquanto outros 14 ficaram com o “Best in Class”.

“O evento deste ano foi uma reunião dos carros e montadoras mais prestigiados do mundo, que teve sucesso em grande parte devido a apoiadores e patrocinadores como o Petersen Automotive Museum, o National Automobile Museum, o Audrain Automobile Museum, Louis XIII e O’Gara Coach, entre outros. Esperamos crescer o Concours ano após ano, solidificando Wynn como um destino líder para fãs automotivos em todo o mundo”, explicou Steve Weitman, presidente do Wynn Las Vegas.

Um Duesenberg SJ 1935 foi o Best of Show pré-Guerra; na categoria pós-Guerra, quem levou foi um Lamborghini Miura S 1969.

(Reportagem publicada na edição 114 da Forbes Brasil, acessível no aplicativo na App Store e na Play Store, no site da Forbes e na versão impressa).