Ter sido vacinado contra a Covid-19 pode em breve ser um requisito para viajar internacionalmente, com uma grande companhia aérea já dizendo que a vacinação se tornará uma “necessidade” para colocar os pés em sua aeronave no futuro. Além disso, um projeto liderado pelo órgão comercial da indústria aérea Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata, na sigla em inglês) está criando um “passaporte digital” comprovando a vacinação do passageiro.
Na segunda-feira (23), a empresa de bandeira australiana Qantas se tornou a primeira grande companhia aérea a declarar sua intenção de exigir que os passageiros internacionais tomem vacina contra Covid-19 como condição para viajar.
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Em declarações à “Nine News”, o CEO Alan Joyce disse que a companhia aérea mudará seus termos e condições para tornar a vacinação uma “necessidade” para qualquer pessoa que pretenda viajar para o exterior, com viagens domésticas dependendo das condições locais.
Com base em conversas com colegas em todo o mundo, Joyce acredita que os requisitos “serão algo comum”.
É uma realidade para a qual a indústria já está se preparando: a Iata, um importante órgão comercial, anunciou na segunda-feira que está na “fase final de desenvolvimento” de um “passe digital de saúde” que poderia autenticar informações sobre testes e vacinação dos passageiros.
O órgão está desenvolvendo o documento com a International Airlines Group (IAG) –que é a empresa-mãe de uma série de companhias aéreas de destaque, incluindo British Airways, Aer Lingus e Iberia– que não quis comentar à Forbes se suas companhias aéreas também exigiriam vacinação.
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Em meio à pandemia de Covid-19, as viagens internacionais pararam. A rejeição dos países a viagens, a relutância dos passageiros e, em alguns casos, as fronteiras fechadas deixaram o setor com poucas saídas, exceto pedir ajuda aos governos. Uma vacina é amplamente considerada como a forma mais eficaz de fazer as coisas voltarem ao normal, e a indústria se fortaleceu nas últimas semanas com anúncios de imunizantes promissores de AstraZeneca, Pfizer e Moderna.
O fato da Qantas ser a primeira companhia a exigir vacinas não é surpreendente, já que a Austrália tem protocolos de biossegurança notoriamente rígidos, mesmo antes da pandemia, e teve uma fronteira amplamente fechada durante a crise, deixando muitos de seus cidadãos presos no exterior. As medidas podem preparar o terreno para uma implantação muito mais ampla em toda a indústria, algo que pode se revelar impopular, dado o número de casos em que os passageiros se recusaram a cumprir os requisitos de máscara.
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