O Reino Unido deu um voto de confiança à vacina contra Covid-19 da AstraZeneca hoje (27), quando pediu que sua agência reguladora a avalie com vista a um lançamento depois que especialistas expressaram dúvidas sobre dados do teste e a empresa disse que pode realizar outro estudo para medir a eficácia do medicamento.
O governo britânico garantiu 100 milhões de doses da vacina, desenvolvida pela AstraZeneca e pela Universidade de Oxford, o maior suprimento que já encomendou de qualquer vacina para o combate à pandemia.
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A farmacêutica britânica acredita que 4 milhões de doses estarão disponíveis no país até o final do mês que vem, e o ministro da Saúde, Matt Hancock, almeja o início de um lançamento antes do Natal.
“Pedimos formalmente à agência reguladora que avalie a vacina Oxford/AstraZeneca para entender os dados e determinar se ela cumpre padrões de segurança rigorosos”, explicou Hancock.
“Esta carta é um passo importante para a disponibilização de uma vacina da forma mais rápida possível com segurança.”
A Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde (MHRA) iniciou uma “revisão contínua” acelerada da vacina no começo deste mês, e estão surgindo dados sobre segurança e eficácia.
Na corrida global para se desenvolver vacinas contra a Covid-19, a candidata da AstraZeneca é considerada uma das maiores esperanças para muitos países em desenvolvimento porque é barata e pode ser transportada em temperaturas de geladeiras comuns.
Autoridades das Filipinas disseram hoje que encomendarão 2,6 milhões de doses do produto da AstraZeneca, seu primeiro acordo de suprimento de uma vacina contra Covid-19, e que estão negociando uma compra possível de mais 1 milhão de doses.
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Os anúncios surgiram apesar de alguns cientistas terem questionado a robustez dos resultados que mostram que a vacina foi 90% eficiente em um subgrupo de participantes de estudo que, inicialmente por engano, receberam meia dose seguida por uma dose inteira.
Na segunda-feira (23), a AstraZeneca disse que sua vacina experimental preveniu em média 70% dos casos de Covid-19 em testes de estágio avançado no Reino Unido e no Brasil.
Embora a taxa de sucesso tenha sido de 90% no subgrupo de participantes, alguns especialistas disseram que o número relativamente pequeno de participantes tornou difícil ter confiança nas conclusões.
Pauline Londeix, cofundadora do OT-Med, grupo francês de defesa da transparência nos remédios, disse que a confusão aparente dos resultados do teste “se deve em grande parte à corrida na qual as farmacêuticas estão envolvidas no momento, o que as leva a apresentar candidatas a vacina da melhor forma possível e a não divulgar protocolos e resultados completos”. (Com Reuters)
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