Líderes das maiores economias do mundo apoiam o “licenciamento voluntário” de patentes de vacinas contra a Covid-19, mostrou o esboço do comunicado de uma cúpula do G20, reduzindo a pressão dos Estados Unidos por quebras de patentes e também recuando de compromissos anteriores de fornecer mais fundos para a OMS (Organização Mundial da Saúde).
O rascunho do documento, visto pela Reuters, lista os compromissos das nações do G20 e de outros países e deve ser adotado como comunicado oficial na última sexta-feira (14) na Cúpula Global de Saúde em Roma — um dos principais eventos deste ano para coordenar ações globais contra a pandemia.
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O esboço, que ainda está sujeito a alterações, é resultado de um compromisso entre especialistas de nações do G20 que permanecem divididas sobre a renúncia aos direitos de propriedade intelectual das vacinas da Covid-19.
O governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, juntou-se no início do mês a países em desenvolvimento como Índia e África do Sul para pedir uma quebra temporária de patentes para vacinas contra Covid-19, na esperança de que isso aumente a produção e permita uma distribuição mais justa de vacinas em todo o mundo.
Mas a União Europeia e outros países produtores de vacinas levantaram dúvidas sobre a medida, dizendo que a remoção das restrições de exportação dos EUA sobre matérias-primas de vacinas, a transferência de tecnologia e a cooperação voluntária entre os fabricantes de vacinas garantiriam um aumento muito mais rápido da produção global.
As conclusões preliminares da cúpula da saúde refletem essas visões divergentes e não fazem menção às isenções de patentes.
As conclusões também podem representar um golpe para a OMS e seu programa para acelerar a distribuição de vacinas, medicamentos e testes da Covid-19 em todo o mundo.
No esboço, os líderes globais reafirmam seu apoio ao programa, conhecido como ACT Accelerator, mas se abstêm de comprometer-se claramente com o financiamento total. Eles “sublinham a necessidade de fechar a lacuna de financiamento com uma divisão justa dos encargos” e pedem uma “revisão estratégica”.
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Isso representa uma grande mudança em relação ao esboço inicial, no qual os líderes se comprometiam explicitamente pela primeira vez com o “financiamento justo e total” do programa.
O rascunho original, também visto pela Reuters, foi mais influenciado pela Comissão Europeia, que é uma das anfitriãs da cúpula, juntamente com o governo italiano que detém a presidência do G20 este ano.
Um porta-voz da Comissão não quis comentar.
O programa da OMS foi lançado em abril de 2020 e ainda é bastante subfinanciado. Dos mais de US$ 34 bilhões que tem buscado para desenvolver, adquirir e distribuir vacinas e medicamentos contra Covid em todo o mundo, ainda faltam 19 bilhões. (Com Reuters)
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