O Ministério da Saúde decidiu recomendar aos gestores de saúde nos Estados e municípios que façam um intervalo de 12 semanas entre a primeira e a segunda doses da vacina contra Covid-19 da Pfizer, que começou a ser distribuída pelo país ontem (4), como forma de ampliar o alcance da vacinação.
O intervalo é superior ao período de 21 dias recomendado pela Pfizer na bula do imunizante, com base nos testes de segurança e eficácia da vacina.
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Em informe técnico, o ministério citou dados de uma entidade que assessora a imunização no Reino Unido que orientou a ampliação do intervalo entre as doses para 12 semanas. Segundo o documento, essa recomendação levou em consideração a possibilidade se imunizar um maior público com a primeira dose, o que “traria maiores benefícios do ponto de vista de saúde pública, considerando a necessidade de uma resposta rápida frente a pandemia de Covid-19”.
O documento, encaminhado aos gestores, destacou que a oferta de 1 milhão de doses dessa vacina vai reforçar e acelerar a campanha nacional de vacinação contra Covid e que ela vai seguir o “fluxo adotado até o momento para as demais vacinas, priorizando a oferta ao grupo prioritário”.
Segundo a análise técnica, o conjunto de dados apresentados até o momento reforça que a ampliação da oferta da primeira dose da vacina para a população “poderá trazer ganhos significativos do ponto de vista de saúde pública, reduzindo tanto a ocorrência de casos e óbitos pela Covid-19 nos indivíduos vacinados, mas também a transmissibilidade da doença na população”.
O ministério afirmou que os dados epidemiológicos e de efetividade da vacina serão monitorados e que a recomendação poderá ser revista caso necessário. A pasta acrescentou que em cenários de maior disponibilidade do imunobiológico, o intervalo recomendado em bula poderá ser utilizado.
Em nota, a Pfizer Brasil informou que as indicações sobre regimes de dosagem ficam a critério das autoridades de saúde e podem incluir recomendações seguindo os princípios locais de saúde pública, mas citou o período recomendado pela bula.
“A bula hoje registrada pela Anvisa preconiza um intervalo entre doses, preferencialmente, de 21 dias. A segurança e eficácia da vacina não foram avaliadas em esquemas de dosagem diferentes, uma vez que a maioria dos participantes do ensaio recebeu a segunda dose dentro da janela especificada no desenho do estudo”, disse a farmacêutica norte-americana.
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Para o laboratório, os dados do estudo de Fase 3 (última etapa antes da aprovação e aplicação em humanos) demonstraram que, embora a proteção parcial da vacina pareça começar 12 dias após a primeira aplicação, duas doses da vacina são necessárias para fornecer a proteção máxima contra a doença, uma eficácia da vacina de 95%.
A vacina da Pfizer é o terceiro imunizante contra Covid-19 a ser disponibilizado aos brasileiros. Até o momento, vinham sendo oferecidas as vacinas CoronaVac e AstraZeneca.
Pelo contrato, a expectativa é de se entregar 100 milhões de doses da vacina da Pfizer para este ano. Um novo contrato por mais 100 milhões de doses do imunizante também está em negociação. (Com Reuters)
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