As pessoas subestimam o quão significativo é entrar em contato aleatoriamente com amigos, seja por meio de mensagens de texto, telefonemas ou e-mails, de acordo com uma série de experimentos que descobriram que gestos surpresa são muito apreciados por aqueles que não os espera.
Em um estudo chamado “The Surprise of Reaching Out: Appreciated More Than We Think” (A surpresa de entrar em contato: adorada mais do que pensamos, em tradução livre), publicado ontem (11) no Journal of Personality and Social Psychology, pesquisadores conduziram vários experimentos envolvendo mais de 5.900 participantes para descobrir se e por que as pessoas subestimam o quanto seus esforços para chegar aos amigos são apreciados.
Um experimento pediu aos participantes que se lembrassem de uma vez em que entraram em contato com um amigo que não viam há muito tempo ou se lembrassem de quando um amigo os procurou inesperadamente e, em seguida, avaliassem sua apreciação pelo contato em uma escala de um a sete.
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Outros experimentos, alguns dos quais aconteceram em campi universitários, pediram aos participantes que enviassem um pequeno bilhete ou presente para um amigo que não viam há algum tempo e imaginassem o quanto eles apreciariam a interação – os pesquisadores também pediram àqueles que receberam recados ou presentes para documentar sua própria apreciação da interação.
Todos os experimentos mostraram que aqueles que entraram em contato subestimaram o quanto os destinatários apreciariam a interação. Os pesquisadores descobriram que subestimar a estima é ainda mais pronunciado em relacionamentos que chamaram de “laço fraco”, nos quais as duas partes não são muito próximas.
Os pesquisadores também descobriram que os destinatários enfatizavam o elemento surpresa, valorizando mais a interação quando a comunicação era mais inesperada.
Embora possa ser assustador entrar em contato com uma pessoa inesperadamente, este estudo sugere que esses medos podem ser falsos, pois os outros apreciam muito essas interações aleatórias, especialmente se forem surpreendentes.
“Há muitas pesquisas mostrando que manter conexões sociais é bom para nossa saúde mental e física”, disse a principal autora do estudo, a professora associada de Administração de Empresas da Universidade de Pittsburgh, Peggy Liu, em um comunicado à imprensa.
Apesar da importância e do prazer da conexão social, nossa pesquisa sugere que as pessoas subestimam significativamente o quanto os outros vão gostar de ser contatados.
Peggy Liu, professora associada de Administração de Empresas da Universidade de Pittsburgh
Os pesquisadores reconheceram que mais estudos deveriam ser conduzidos para ver como os resultados poderiam diferir se essas interações estivessem associadas a sentimentos de surpresa neutros ou mesmo levemente negativos. O trabalho futuro, eles argumentam, também poderia examinar outras barreiras para chegar, bem como como os relacionamentos mudam para ambas as partes quando uma interação inesperada ocorre.
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